Bras�lia, 03 - A presidente Dilma Rousseff (PT) deve receber governadores aliados na pr�xima semana em busca de apoio contra o pedido de impeachment aberto contra ela pelo presidente da C�mara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Segundo ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, a ideia � chamar, em outras oportunidades, tamb�m os governadores de oposi��o que seriam contr�rios ao processo.
O ministro afirmou tamb�m que a decis�o do governo � fazer com que o processo de impeachment contra Dilma caminhe o mais r�pido poss�vel, "combinando legalidade com celeridade". Segundo ele, na reuni�o da presidente com 23 ministros na tarde desta quinta-feira, 3, foi pedido a todos que "verbalizassem" o ponto de vista contra o impeachment, aliado �s a��es junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) em busca de lacunas nas legisla��o. "Entrada na Justi�a nada tem a ver com posterga��o. Nossa decis�o � fazer o processo seja mais r�pido poss�vel, combinando legalidade com celeridade", disse o ministro.
De acordo com o ministro, o processo de impedimento n�o � exclusivamente pol�tico, se lastreia na quest�o jur�dica e, na opini�o do governo, n�o tem nenhum lastro em crime de responsabilidade contra a presidente. "Acreditamos que seguramente teremos uma vit�ria", disse.
Indagado sobre as manifesta��es previstas no Brasil, tanto pr� quanto contra o impeachment, Wagner disse acreditar que alguns torcedores "contra Dilma" tamb�m se manifestar�o contra o processo. "N�o se trata s� dos torcedores da presidenta Dilma. Queremos juntar os torcedores da institucionalidade e da democracia e vamos fazer um chamamento a todas as entidades que n�o sejam partid�rias", completou.
Cunha
O ministro voltou a criticar o ato do presidente da C�mara e citou que a decis�o s� foi tomada ap�s deputados do PT fecharem posi��o contr�ria a Cunha no processo enfrentado pelo parlamentar no Conselho de �tica. "Se a moda pega, vai se banalizar o instrumento t�o nobre como o impedimento", afirmou Wagner, garantindo que pedaladas fiscais utilizadas para sustentar o pedido n�o s�o crime de responsabilidade. "N�o h� dolo, n�o h� m�cula, h� uma crise. N�o atingir a meta n�o configura nem dolo, nem crime de responsabilidade".
Wagner voltou a falar que a Cunha mentiu ao dizer que o deputado Andr� Moura (PSC-SE) esteve reunido com Dilma e que ela teria proposto a ele o apoio do PT no Conselho de �tica em troca da aprova��o da CPMF. "Ele (Moura), a que eu tenho respeito, n�o vai dizer que esteve com Dilma", afirmou.
Wagner voltou ainda a externar o al�vio do governo com a decis�o de Cunha, e afirmou que "agora que a faca foi puxada, as coisas v�o come�ar a ficar mais claras", disse. "Com democracia n�o se brinca", concluiu.