Impeachment tira foco de discuss�o sobre futuro de Delc�dio em reuni�o do PT

S�o Paulo, 04 - Est�o reunidos em S�o Paulo os integrantes da Executiva Nacional do PT, al�m de outras lideran�as do partido, como presidentes de diret�rios estaduais, deputados, representantes da Funda��o Perseu Abramo, al�m de l�deres de movimentos sociais. A reuni�o extraordin�ria havia sido convocada para decidir o destino do ex-l�der do governo no Senado, Delc�dio Amaral (PT-MS), mas o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff roubou o foco da reuni�o.

"Claro que n�o � mais o assunto principal", afirmou o membro da Executiva, Carlos �rabe, integrante da corrente Mensagem ao Partido - segunda maior dentro do PT. Para �rabe, o PT vai tirar uma linha unificada de resposta ao pedido de impeachment que foi deferido pelo presidente da C�mara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). "Vamos para a luta contra o golpe que � esse impeachment, pois n�o tem base legal e no fundo tem projetos de Brasil diferentes. Vamos mostrar a ilegalidade do golpe, porque se ele continuar vamos considerar como golpe", disse �rabe.

O dirigente disse ainda que vai defender que o partido intensifique a press�o pela sa�da de Cunha da presid�ncia da C�mara. "Quem lidera esse golpe � um cara sobre o qual, hoje, n�o restam d�vidas de sua condi��o moral."

Os tr�s integrantes do PT no Conselho de �tica que avalia a representa��o contra Cunha, Z� Geraldo (PA), Valmir Prascidelli (SP) e L�o de Brito (AC), foram convidados para participar da reuni�o.

O deputado Paulo Teixeira (SP) - que chegou a protocolar com outros parlamentares um recurso no STF contra a aceita��o do pedido de impeachment por Cunha - tamb�m refor�ou o discurso do partido de que se trata de uma tentativa de golpe. "O presidente da C�mara, que n�o tem menor condi��o de presidir a Casa, quer julgar uma pessoa honesta (Dilma), sem elementos jur�dicos pra faz�-lo."

Suspens�o

Com rela��o a Delc�dio, houve declara��es mais fortes de dirigentes partid�rios que pediam uma posi��o mais clara do partido pela expuls�o. Parlamentares, notadamente senadores do partido que eram colegas de Delc�dio, mas tamb�m com apoio de deputados, defendiam uma postura mais comedida.

De toda forma, a Executiva Nacional n�o tem poder para expulsar o senador sumariamente. A expectativa, portanto, � que ele seja suspenso e que seja aberto o processo interno no conselho de �tica do partido. Por esse procedimento, Delc�dio apresentaria sua defesa e poderia ser expulso da legenda ap�s 60 dias.