
Alckmin agora diz que 2016 ser� um ano para “aprofundar o di�logo” sobre o novo plano de educa��o. “Recebi e respeito a mensagem dos estudantes e dos familiares, com suas d�vidas e preocupa��es. Nossa decis�o � de adiar a reorganiza��o”, afirmou o governador, que, no pronunciamento, citou o papa Francisco, que afirma preferir o di�logo � viol�ncia.
A sa�da de Voorwald decorre da avalia��o de que ele n�o soube conduzir a discuss�o em torno do projeto, que acabou se transformando no maior desgaste pol�tico do governador em 2015. O secret�rio n�o teria conseguido emplacar a tese de que as manifesta��es tinham cunho pol�tico e partid�rio. Ele teria, ainda, apresentado ao Pal�cio dos Bandeirantes avalia��es imprecisas sobre o cen�rio e demonstrado dificuldades de estabelecer pontes de di�logo com os l�deres do movimento para desmobilizar as ocupa��es.
A avalia��o entre os tucanos paulistas � que a resist�ncia ao processo de reorganiza��o e as ocupa��es vinham causando um desgaste a Alckmin maior at� que a crise h�drica. Segundo a pesquisa Datafolha divulga ontem, seis em cada 10 paulistas s�o contra a reorganiza��o e 55% dos entrevistados apoiam as ocupa��es. O levantamento tamb�m revelou que Alckmin nunca enfrentou uma rejei��o t�o alta: 40% dos entrevistados classificam a gest�o como regular, 30% como ruim e p�ssima e apenas 20% como �tima e boa.
A suspens�o das mudan�as foi tamb�m uma derrota direta de Voorwald, que anunciou o plano �s v�speras do fim do ano letivo. Na quinta-feira, ele foi retirado pelo governador do comando das negocia��es com os alunos – fun��o entregue ao secret�rio da Casa Civil, Edson Aparecido.
A reorganiza��o das escolas, publicada em decreto, previa que 754 escolas passariam a ter apenas um ciclo de ensino no ano que vem (anos iniciais, finais do fundamental ou o m�dio). Segundo o plano, 92 escolas estaduais seriam fechadas e cerca de 300 mil alunos seriam transferidos. O argumento � de que o projeto provocaria melhora nos indicadores educacionais.
PROTESTO Ontem, antes do an�ncio, estudantes secundaristas ganharam o apoio dos universit�rios da USP durante protesto que bloqueou ruas e avenidas no Centro capital paulista. Eles foram recebidos por uma chuva de bombas lan�adas por policiais do Batalh�o de Choque da PM. Uma das cr�ticas de especialistas e estudantes � que o governo n�o havia realizado discuss�es sobre o projeto antes de anunci�-lo. A Anistia Internacional condenou em nota o que classificou de “crescente repress�o �s manifesta��es pac�ficas” e “uso excessivo da for�a pela Pol�cia Militar” contra os estudantes.