
Pelos c�lculos peemedebistas, nem � necess�ria a sa�da de outros ministros. A decis�o de Padilha, por si s�, � emblem�tica. “O recado foi dado. A noiva peemedebista est� no sal�o � espera do buqu�”, disse um analista do partido. No mesmo instante em que mant�m apoio a Dilma, Temer almo�a com senadores do PSDB para debater a economia e os desdobramentos da crise pol�tica e re�ne-se com investidores e representantes do mercado financeiro colocando-se como fiel deposit�rio de uma transi��o. Ainda que de forma obl�qua, como � pr�prio do partido. “O PMDB n�o faz as coisas. Ele vai fazendo”, disse um aliado de Temer.
Padilha �, de todos os titulares da Esplanada, o mais pr�ximo de Temer. Entrou no minist�rio apadrinhado pelo vice-presidente e, quando este assumiu a articula��o pol�tica do governo, puxou o parlamentar ga�cho para ajudar nos trabalhos da Secretaria de Rela��es Institucionais (SRI) cuidando, principalmente, do varejo da pol�tica — distribui��o de cargos e pagamentos de emendas parlamentares.
O Planalto acusou o golpe. “� muito estranha a atitude de Padilha, at� porque n�o � do feitio dele agir desta maneira”, criticou um interlocutor palaciano. Oficialmente, a sa�da de Padilha teria sido motivada pela recusa do governo em aceitar uma nomea��o para a Ag�ncia Nacional de Avia��o Civil (Anac) e de outros nomes do PMDB ga�cho, incluindo uma indica��o para o Minist�rio da Sa�de. Todas as investidas foram sem sucesso. “Isso tudo � bobagem. O governo apenas deu o pretexto para que Padilha desembarcasse”, acrescentou um aliado.
O Planalto viu com preocupa��o a sa�da de Padilha. O ministro da Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini, almo�ou com a presidente. No in�cio da tarde, o ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, estava com Dilma tamb�m. Mais tarde, juntaram-se a eles os titulares da Secretaria de Comunica��o Social, Edinho Silva, e da Justi�a, Jos� Eduardo Cardozo, para analisar a conjuntura. Assessores palacianos n�o tinham at� o in�cio da tarde uma an�lise concreta sobre a sa�da de Padilha. Mas a justificativa de ter sa�do ap�s ser contrariado por uma indica��o � Anac n�o convenceu. Isso porque em janeiro a ag�ncia deve ter outra vaga aberta.
O fato de ele ter simplesmente protocolado uma carta no Planalto antes de conversar com Wagner depois que o ministro n�o o recebeu tamb�m soou estranho. Na pr�xima segunda-feira, o tema dominar�, inevitavelmente, a reuni�o da coordena��o pol�tica. O entendimento � o de que, por ora, Temer tem tentado se manter distante das conversas para n�o demonstrar apoio nem a um nem a outro lado.
Mas as recentes interven��es do vice-presidente incomodaram muito o governo. Na �ltima quinta-feira, Temer estava na base a�rea, pronto para embarcar para S�o Paulo, quando Dilma o chamou �s pressas para uma reuni�o no Pal�cio do Planalto. Ficou por apenas meia hora e defendeu que a presidente deveria “ter uma postura institucional diante do caso e evitar o confronto direto com o presidente da C�mara, Eduardo Cunha”. No dia anterior, o peemedebista acatou o pedido de impeachment contra Dilma. “Imagina se Dilma n�o tivesse aparecido para o pronunciamento rebatendo Cunha? Como n�s estar�amos agora?”, questionou um interlocutor da presidente Dilma.
Na pr�xima semana, Dilma se reunir� com governadores aliados, com os ministros palacianos. “O PMDB tem que ter paci�ncia. O cavalo est� selado na frente para voc� montar”, disse um interlocutor. O Planalto conta com o apoio dos titulares do Executivo nos estados, tanto dos que apoiam o governo, quanto com os de oposi��o, sendo um deles o de Goi�s, Marconi Perillo (PSDB).