S�o Paulo - O ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva defendeu, em semin�rio na Espanha, que as crises servem para que se possa fazer o que n�o � poss�vel em tempos normais e destacou que este � o papel dos l�deres pol�ticos. "Estou convencido que s� faz sentido haver governantes em tempos de crise. Sem crise, um assessor pode governar porque as coisas est�o encaminhadas", disse, no evento "O desafio dos emergentes", promovido pelo jornal El Pa�s.
Segundo o ex-presidente, o Brasil precisa acreditar em "fazer coisas novas", como o Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), conhecido como o banco dos Brics, bloco formado por Brasil, R�ssia, �ndia, China e �frica do Sul. Lula defendeu ainda que o Pa�s estabele�a acordos estrat�gicos com chineses, russos, norte-americanos e com europeus. "Temos que fechar o acordo com a Uni�o Europeia urgentemente. Em tempos de crise, temos que aumentar o com�rcio porque n�o h� uma f�rmula clara para se resolver os problemas", disse.
Ao defender maior integra��o comercial, o ex-presidente pontuou diferen�as entre o Brasil e China e avaliou que o pa�s asi�tico investe muito em infraestrutura, mas "n�o sabe trabalhar" seu mercado interno. "J� o Brasil � o oposto da China. Temos um mercado interno desenvolvido, mas n�o investimos tanto em infraestrutura", disse.
O petista defendeu ainda que o Brasil precisa de um reequil�brio macroecon�mico, "com as contas p�blicas organizadas e infla��o controlada", mais abertura comercial e investimentos em pesquisa e desenvolvimento. "Tamb�m � necess�rio discutirmos a reforma da Previd�ncia e mudan�as trabalhistas", defendeu, destacando que as rela��es de trabalho no Pa�s s�o regidas pela Consolida��o das Leis Trabalhistas (CLT), de 1943.
Lula afirmou tamb�m que n�o se pode ter medo da palavra "reforma" e que � poss�vel melhorar o ambiente de neg�cios no Pa�s facilitando, por exemplo, o processo de cria��o de empresas.