O Planalto respirou aliviado neste domingo, quando os primeiros balan�os dos protestos contra a presidente Dilma Rousseff indicavam baixa presen�a de manifestantes nas ruas. Nas primeiras an�lises, a presidente e seus auxiliares mais pr�ximos adotaram, no entanto, uma postura de cautela, segundo assessores do governo.
Embora fosse n�tido que os organizadores dos protestos n�o conseguiram repetir o feito das manifesta��es de agosto, o pal�cio avaliou que este domingo n�o pode ser usado como term�metro para a situa��o de crise.
A assessoria do governo informou que a presidente permaneceu durante todo o domingo no Pal�cio da Alvorada, sem receber visitas. O esquema de seguran�a da Presid�ncia n�o precisou de refor�o. As vias de acesso � resid�ncia oficial tiveram um dia t�pico de domingo, com pouco tr�nsito e turistas em suas margens.
A poucos quil�metros dali, na Esplanada dos Minist�rios, local de manifesta��es na capital, os organizadores do protesto conseguiram reunir apenas tr�s mil pessoas, na estimativa da Pol�cia Militar do Distrito Federal.
Nas an�lises repassadas � presidente por telefone, auxiliares do governo registraram que ela n�o foi poupada dos protestos, mas nenhuma outra figura foi cortejada pelos manifestantes. Tamb�m houve protestos contra o vice-presidente Michel Temer (PMDB), que na semana ensaiou uma ruptura com o governo por meio de uma carta de queixas, e ao presidente da C�mara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Manifestantes pediram a sa�da dos dois.
"Tudo dentro da normalidade em um pa�s democr�tico, que respeita a legalidade, que respeita as institui��es, um Brasil que estamos construindo com muita dedica��o democr�tica." disse Edinho, ap�s a conversa por telefone com Wagner.
O governo avalia que ter� o per�odo de final de ano para conseguir esfriar o clima de tens�o pol�tica, com as festas de Natal e r�veillon e o Carnaval. Pelo menos at� mar�o n�o est�o previstas grandes manifesta��es. � o tempo que o Planalto considera fundamental para reavaliar estrat�gias pol�ticas e ganhar for�a na opini�o p�blica.
Para auxiliares da presidente, a tese do impeachment, emplacada pela oposi��o na �ltima semana, n�o chegou � sociedade. Nessa an�lise, o governo ainda tem espa�o para disputar a opini�o p�blica.
A meta � intensificar, nas pr�ximas semanas, iniciativas de "esclarecimento" � popula��o de que essa tese � pol�tica e n�o jur�dica. Ministros pr�ximos da presidente defendem campanhas arriscadas, para ressaltar que fomentadores do impeachment, como Eduardo Cunha, est�o atolados em den�ncias de corrup��o.