Janot diz que Delc�dio e Andr� Esteves se uniram para cartel e corrup��o

S�o Paulo, 16 - O procurador-geral da Rep�blica, Rodrigo Janot, afirmou na den�ncia apresentada ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra o senador Delc�dio Amaral (PT/MS) e o banqueiro Andr� Esteves, ligado ao BTG Pactual, que ambos se uniram para a "pr�tica de crimes, especialmente de forma��o de cartel, corrup��o ativa e passiva e lavagem de dinheiro no �mbito da contrata��o de obras e servi�os, sobretudo de engenharia civil e industrial, por �rg�os p�blicos e empresas estatais, em especial do setor energ�tico".

A den�ncia foi entregue por Janot ao STF em 7 de dezembro. O senador e o banqueiro est�o presos desde 25 de novembro sob acusa��o de tramarem contra a Opera��o Lava Jato. Al�m de Delc�dio e de Esteves, foram detidos o advogado Edson Ribeiro, defensor do ex-diretor da �rea Internacional da Petrobras Nestor Cerver�, e o chefe de gabinete do senador, Diogo Ferreira.

Delc�dio negou, em depoimento � Pol�cia Federal, que tenha tramado contra a Lava Jato ou recebido propinas.

A defesa de Andr� Esteves, ao pedir ao ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, a revoga��o da pris�o preventiva do banqueiro, reagiu enfaticamente � den�ncia da Procuradoria. "A den�ncia, confusa, n�o trouxe nenhum fato al�m das suposi��es que fundamentaram a pris�o cautelar. Os elementos colhidos pela acusa��o ap�s a pris�o n�o fortalecem nem confirmam a vers�o do Minist�rio P�blico de que Andr� Esteves teria auxiliado ou se proposto a auxiliar financeiramente a fam�lia de Nestor Cerver�, como falaciosamente prometido ao seu filho pelo senador Delc�dio Amaral e suspeitoso advogado."

Segundo Janot, o senador, o banqueiro, o advogado e o chefe de gabinete de Delc�dio agiram em Bras�lia, no Rio e em S�o Paulo. "At� serem presos, integraram, com vontade e consci�ncia, de forma est�vel e preordenada, organiza��o criminosa", sustenta o procurador-geral.

A den�ncia afirma que o grupo "incrustou-se" na c�pula da Petrobras S/A e da BR Distribuidora S/A, e cooptou agentes pol�ticos que influ�am na composi��o do n�cleo e controladores e dirigentes de parte das empresas de constru��o civil e industrial e de intermedia��o financeira que prestavam servi�os �s duas estatais.

"A organiza��o espraiou-se, posteriormente, com o mesmo modo de operar, para outros segmentos do setor energ�tico e da constru��o civil", acusa Janot.

Ao apresentar den�ncia criminal contra Esteves e Delc�dio ao Supremo, Janot destacou as revela��es de outro delator da Lava Jato, o ex-diretor da �rea Internacional da Petrobras Nestor Cerver�.

O ex-dirigente da estatal envolveu Andr� Esteves em outro epis�dio de corrup��o. Segundo Cerver�, o banqueiro pagou R$ 6 milh�es em propinas ao senador Fernando Collor (PTB-AL) - esta informa��o j� havia sido feita ao Minist�rio P�blico Federal pelo doleiro Alberto Youssef, pe�a central da Lava Jato.