Funda��es de PMDB e oposi��o discutem agenda program�tica

S�o Paulo, 21 - A Funda��o Ulysses Guimar�es, do PMDB, se uniu �s funda��es Teot�nio Vilela, do PSDB, Liberdade e Cidadania, do DEM e Astrogildo Pereira, do PPS, para elaborar uma "agenda program�tica" que sirva de lastro para a constru��o de uma coaliz�o entre as siglas em um eventual governo Michel Temer.

A aproxima��o, que conta com o aval do vice-presidente, representa o primeiro movimento institucional do PMDB no campo da oposi��o. O partido est� dividido sobre o impeachment, mas comanda seis minist�rios no governo Dilma Rousseff. A articula��o come�ou antes de o Supremo Tribunal Federal definir, na quinta-feira passada, o rito do processo de afastamento da presidente - o que foi considerado uma vit�ria do governo. A primeira reuni�o conjunta, que ocorreria na �ltima semana, foi remarcada para janeiro. As entidades atuam como bra�os te�ricos e ideol�gicos das legendas.

"O impeachment, que antes era uma queda de bra�o entre o presidente da C�mara e a presidente da Rep�blica, agora � uma realidade", disse o ex-ministro da Secretaria de Avia��o Civil Moreira Franco, que atualmente preside a Funda��o Ulysses Guimar�es. "Duas ag�ncias rebaixaram o grau de investimento do Brasil, que est� com nome sujo no mercado. Quando se trata de economia, temos que trabalhar com coisas objetivas", afirmou.

A funda��o foi a respons�vel pela elabora��o do documento "Ponte para o Futuro", que diverge de propostas do PT e do governo para a economia. Entre as medidas sugeridas est�o o fim das vincula��es constitucionais para os gastos com sa�de e educa��o e n�o ao aumento de impostos.

"Precisamos conversar com as for�as pol�ticas sobre o que podemos fazer em uma eventual sa�da dela (Dilma)", disse o ex-deputado Jos� An�bal, presidente do ITV. O tucano fala em "preservar direitos dos trabalhadores e programas sociais", mas ressalta que a iniciativa tem por objetivo "passar confian�a ao mercado, j� que os investimentos est�o paralisados".

Um dos consensos do grupo � a oposi��o � recria��o da CPMF, medida que est� entre as prioridades do Pal�cio do Planalto no Congresso em janeiro. "H� consenso entre n�s de n�o aprov�-la", afirmou o deputado Jos� Carlos Aleluia (BA), que representa o DEM no colegiado.

Documento

Ele diz que a ideia � unificar o discurso entre as legendas "para que o Brasil tenha algum horizonte no futuro". O deputado do DEM tamb�m exalta o documento da Funda��o Ulysses Guimar�es como refer�ncia e diz que o texto do PMDB tem muitos consensos que n�o est�o sendo seguidos pelo atual governo. "Vamos lan�ar um documento das funda��es que depois ser�o discutidos pelos partidos", afirma Aleluia. O coletivo de funda��es pretendia formalizar publicamente a alian�a ainda este m�s, mas postergou para janeiro devido ao acirramento da crise na C�mara.

"A ideia � juntar as funda��es para pensar em um programa unificado concreto para o caso de haver impeachment", disse o deputado Roberto Freire (SP), presidente nacional do PPS.

Para os tucanos, a articula��o � vista tamb�m como uma forma de buscar um consenso no caso de a chapa Dilma/Temer ser cassada pelo TSE. "Um (eventual) pr�ximo governo, com ou sem o Michel Temer, vai ter que ser de transi��o. � preciso buscar um pacto amplo, do qual n�o excluo nem mesmo remanescentes do PT", afirmou Alberto Goldman, vice-presidente nacional do PSDB. As informa��es s�o do jornal

O Estado de S. Paulo.