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Estado de Minas

UTC doou 5 milh�es a partidos por ordem de Gim Argello, diz delator

Doa��es foram para DEM, PR, PMN e PRTB, disse Walmir Pinheiro, diretor financeiro da empresa e um dos delatores do esquema de corrup��o investigado pela Opera��o Lava-Jato


postado em 21/12/2015 10:37 / atualizado em 21/12/2015 10:49

Um dos delatores do esquema de corrup��o investigado pela Opera��o Lava-Jato, o diretor financeiro da UTC, Walmir Pinheiro Santana, detalhou � Procuradoria-Geral da Rep�blica um acerto que teria sido feito em 2014 entre Ricardo Pessoa, dono da empreiteira, e o ent�o senador Gim Argello (PTB-DF). Pelo acordo, o parlamentar atuaria para que Ricardo Pessoa n�o fosse chamado a depor na CPI da Petrobras. Em contrapartida, Ricardo Pessoa faria contribui��es em favor de pessoas indicadas por Gim Argello.

Segundo Walmir Santana, o acerto era 'um tipo de blindagem' para Ricardo Pessoa. "No in�cio do m�s de julho de 2014, Ricardo Pessoa se aproximou do declarante (Walmir Santana) e afirmou ter chegado a um acordo com Gim Argello no sentido de que ele, Ricardo Pessoa, fosse blindado em rela��o a CPI; que, em contrapartida, teriam que fazer doa��es no valor de R$ 5 milh�es a pessoas que Gim Argello indicaria."


O delator explicou a transa��o. "No total foram pagos R$ 1,7 milh�o em favor do DEM; que, em favor do PR, R$ 1 milh�o; que, em favor do PMN, R$ 1,15 milh�o; que, em favor do PRTB, tamb�m foram pagos R$ 1,15 milh�o; que, os totais doados perfazem os R$ 5 milh�es acordados com Gim Argello; que, o declarante, ao que se recorda, recebeu a totalidade dos recibos eleitorais."

O executivo prestou depoimentos em 4, 5 e 6 de agosto � Procuradoria-Geral da Rep�blica. Em um deles, Walmir Santana contou que ap�s a instala��o da CPMI, 'existiam umas afirma��es de que Ricardo Pessoa seria chamado para prestar depoimento'. O dono da UTC, segundo Walmir Santana, passou a procurar 'pessoas dessa CPMI' e chegou a Gim Argello, que teria 'uma certa influ�ncia' sobre Vital do R�go, ent�o senador e presidente da CPMI e hoje ministro do Tribunal de Contas da Uni�o (TCU). Segundo Walmir Pinheiro Santana, Ricardo Pessoa reuniu-se algumas vezes com Gim Argello.

Transa��o


No depoimento, Walmir Santana declarou que o dono da UTC disse que 'seria procurado por uma pessoa de nome Paulo Roxo, que teria maiores instru��es de como proceder'. "Ainda no in�cio de julho de 2014, Paulo Roxo esteve com o colaborador e Ricardo Pessoa, ocasi�o em que Paulo Roxo passou a lista do primeiro pagamento que seria realizado em 10 de julho", declarou. "Seriam feitos dep�sitos para o PR (R$ 1 milh�o), para o DEM (R$ 500 mil), PMN (R$ 250 mil) e para o PRTB (R$ 250 mil), totalizando R$ 2,5 milh�es."

Walmir Santana disse que no primeiro encontro, Paulo Roxo estava acompanhado de 'uma pessoa de nome Val�rio'. "Paulo Roxo apenas falou que estava ali representando Gim Argello e fizeram o cronograma para os pagamentos; que para os demais pagamentos, Paulo Roxo afirmou que dois ou tr�s dias antes de cada pagamento passaria as instru��es."

Segundo Walmir Santana, houve mais um encontro com Paulo Roxo. Em meados de agosto, Paulo Roxo teria levado recibos eleitorais dos pagamentos j� feitos e informado os demais partidos para os quais seriam transferidos recursos. Esta reuni�o teria ocorrido em 18 de agosto de 2014.

"Os pagamentos tratados na reuni�o com Paulo Roxo em 18 de agosto foram realizados em 25 de agosto; 15 de setembro e 1 de outubro de 2010; que, esses pagamentos beneficiaram o DEM (R$ 600 mil), em 25 de agosto; em 15 de setembro tamb�m em favor do DEM, no valar de R$ 600 mil e o �ltimo, em 1 de outubro, no valor de R$ 300 mil em favar do PRTB e R$ 300 mil em favor do PMN; que, houve pagamentos em 30 de julho e 15 de agosto; que, esses pagamentos decorreram de contatos telef�nicos com Paulo Roxo que o instruiu a realizar, em 30 de julho, pagamentos em favar de PMN, R$ 300 mil, e PRTB, R$ 300 mil; que, em 15 de agosto, novamente foram feitos pagamentos nos valores de R$ 300 mil para o PMN e R$ 300 mil em favor do PRTB."

O delator afirmou que n�o sabe se outras empresas tamb�m pagaram a Gim Argello para evitar que empres�rios fossem chamados para a CPI ou CPMI. "Ricardo Pessoa n�o foi chamado a depor perante a CPMI ou CPI da Petrobras em 2014", disse.

Procurados na sexta-feira, 18, por e-mail, o ex-senador Gim Argello, o PMN e o PRTB n�o retornaram � reportagem.

Defesas

O DEM afirmou que, "n�o h� qualquer rela��o do Democratas com o ex-senador Gim Argello, que ademais sempre integrou partido da base do governo ao qual o DEM faz oposi��o".

Ainda segundo o partido, "em 2014, o Democratas recebeu da UTC o valor de R$ 1 milh�o (um milh�o de Reais), doa��o que foi devidamente declarada na presta��o de contas do partido junto ao TSE".

J� o Partido da Rep�blica (PR) informou que, "por norma", n�o comenta "assuntos relacionados a conte�dos ou procedimentos de investiga��o do Minist�rio P�blico".


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