Bras�lia, 21 - Em reuni�o na tarde desta segunda-feira, 21, no Pal�cio do Planalto, l�deres da base aliada e o ministro-chefe da Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini, fecharam entendimento para que haja recesso parlamentar em janeiro. Segundo lideran�as governistas ouvidas pelo Broadcast Pol�tico, servi�o de not�cias em tempo real da Ag�ncia Estado, prevaleceu a tese de que, diante da desmobiliza��o que j� marca a C�mara e o Senado desde a �ltima sexta-feira, 18, seria praticamente imposs�vel conseguir convocar os parlamentares para janeiro.
Como vem mostrando o Broadcast Pol�tico, o governo vinha defendendo que deputados e senadores voltassem ao trabalho ainda em janeiro, para que pudessem concluir o mais r�pido poss�vel a an�lise do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. A convoca��o extraordin�ria deveria ser feita pelas presid�ncias da Rep�blica, da C�mara ou do Senado ou por requerimento da maioria dos integrantes das duas Casas e precisaria ser aprovada pela maioria absoluta dos deputados (257) e dos senadores (41).
"Ficou decidido que deve ter recesso. A desmobiliza��o est� grande, a maioria dos deputados j� retornou para seus Estados", afirmou o l�der do PMDB na C�mara, Leonardo Picciani (RJ). De acordo com o parlamentar fluminense, Berzoini ficou de convocar os l�deres aliados "em meados" de janeiro, para discutir como ser� a estrat�gia de combate ao processo de impeachment da presidente Dilma. O recesso s� deve acabar na primeira semana de fevereiro.
Picciani afirmou que, na reuni�o, os l�deres aliados tamb�m fecharam posi��o contr�ria ao projeto de Resolu��o apresentado pelo l�der do DEM, Mendon�a Filho (PE), que altera o Regimento Interno da C�mara prevendo que tamb�m ser�o aceitas chapas avulsas para elei��o dos membros da comiss�o especial do impeachment. O objetivo do democrata com a proposta � tentar reverter a decis�o da maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), que proibiu candidaturas avulsas para o colegiado.
"O texto burla e afronta a decis�o do Supremo", criticou o l�der do PMDB. De acordo com Picciani, os l�deres do governo e de partidos como PT, PTB, PCdoB, PRB, PROS e PMDB se comprometeram a votar contra a proposta e n�o assinar requerimento de urg�ncia para aprecia��o da mat�ria. Como mostrou o Broadcast Pol�tico na �ltima sexta-feira, 18, Mendon�a Filho pretende apresentar o pedido de urg�ncia da mat�ria no primeiro dia da volta do recesso, para acelerar a tramita��o do projeto.
L�der do PSD na C�mara, Rog�rio Rosso (DF), confirmou acordo na reuni�o de l�deres para que o recesso legislativo seja respeitado, sem convoca��o extraordin�ria. Segundo ele, apesar do interesse do governo em acelerar a tramita��o do processo de impeachment, ficou claro que n�o haveria qu�rum necess�rio para a vota��o. Sem presen�a maci�a dos parlamentares, portanto, o Pal�cio do Planalto preferiu recuar e garantir a articula��o da base contra o afastamento de Dilma ap�s o recesso.
Rosso afirmou, contudo, que Berzoini quer voltar a se reunir com os l�deres da base a partir da segunda quinzena de janeiro, com o objetivo de organizar a vota��o da "pauta econ�mica", que dever� ser prioridade no pr�ximo ano. Entre os temas principais est�o as reformas da Previd�ncia Social e do ICMS (Imposto sobre Circula��o de Mercadorias e Servi�os), al�m do pacto federativo. Na reuni�o, l�deres da base tamb�m assinaram nota de apoio aos novos ministros da Fazenda, Nelson Barbosa, e do Planejamento, Valdir Sim�o.