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Estado de Minas

Delator da Lava-Jato aponta 'fluxo de propina' no governo de Roseana Sarney


postado em 07/01/2016 11:49 / atualizado em 07/01/2016 12:36

S�o Paulo,- O novo delator da Opera��o Lava Jato Carlos Alexandre de Souza Rocha, o Cear�, afirmou � Procuradoria-Geral da Rep�blica que o doleiro Alberto Youssef - pe�a central da opera��o - lhe mostrou no final de 2013 um rascunho indicando "fluxo de propina" dividido em v�rios n�veis, um deles identificado pela palavra 'Le�o' - suposta refer�ncia ao Pal�cio dos Le�es, sede do Governo do Maranh�o.

Os investigadores trabalham com a hip�tese de que a propina seria referente a um precat�rio de R$ 134 milh�es da gest�o Roseana Sarney (PMDB), filha do senador Jos� Sarney (PMDB/AP), em favor da UTC Engenharia.

Apontada como l�der do club vip de empreiteiras que formaram cartel para fraudar licita��es bilion�rias na Petrobras entre 2004 e 2014, a UTC Engenharia tem em seu presidente, o empres�rio Ricardo Pessoa, um dos alvos da Lava Jato.

O relato de Cear� refor�a a den�ncia do pr�prio doleiro Youssef, que afirmou � for�a-tarefa da Lava Jato que pagou R$ 3 milh�es em propinas para o ent�o secret�rio-chefe da Casa Civil de Roseana, Jo�o Abreu, em troca da libera��o do precat�rio milion�rio da empreiteira.

Cear� fez dezenove depoimentos � Procuradoria-Geral da Rep�blica entre 29 de junho e 2 de julho de 2015. O Termo de Declara��o n�mero 13 trata especificamente do precat�rio.

O procurador-geral Rodrigo Janot mandou encaminhar ao Minist�rio P�blico do Maranh�o c�pia desse depoimento do delator. Nele, Cear� disse que "no final de 2013" pegou uma carona de carro com Youssef e ambos passaram na sede da UTC em S�o Paulo. Ele contou que ficou aguardando em uma sala de reuni�o.

"Youssef se dirigiu �s salas dos diretores, n�o sabendo o declarante com quem ele foi falar. Ao retornar, Youssef mostrou ao declarante um papel rascunhado, dizendo que tinha recebido autoriza��o para fechar um neg�cio sobre um precat�rio no Maranh�o de cerca de R$ 100 milh�es. Youssef estava bastante entusiasmado com o neg�cio, que, por isso, o declarante acredita que seria bastante rent�vel", diz o texto da declara��o.

Na ocasi�o, o governo maranhense tinha d�vida de R$ 134 milh�es relativa ao precat�rio da Constran/UTC. Precat�rio � t�tulo judicial que deve ser honrado pelo Executivo, mas o credor geralmente entra numa fila sem fim. A ordem cronol�gica n�o pode ser quebrada - a sequ�ncia deve ser acatada rigorosamente pela Fazenda devedora.

Para "driblar" a imposi��o legal e a longa espera para obter a libera��o da quantia na frente de outros credores do Maranh�o, Youssef teria corrompido assessores de Roseana Sarney por meio de um auxiliar dele conhecido por "Marc�o", provavelmente o corretor Marco Antonio Ziegert .

Em um trecho de seu relato, Cear� citou "Marc�o": "O rascunho que Youssef mostrou ao declarante na UTC, quando falou do neg�cio do precat�rio do Maranh�o, continha indica��o de um fluxo de propina em tr�s n�veis: o primeiro era a UTC; o segundo formado por Marc�o e Youssef; um terceiro formado por uma pessoa da qual o declarante n�o se recorda; e um quarto com a refer�ncia 'Le�o'. Depois o declarante soube que o Governo do Maranh�o tem sede no Pal�cio dos Le�es."

Cear� afirmou: "Youssef, pelo que o declarante sabe, tratou do neg�cio do precat�rio com um intermedi�rio ligado � ent�o Governadora do Maranh�o, Roseana Sarney; o declarante n�o tem informa��es detalhadas a esse respeito; Youssef falou ao declarante o nome do intermedi�rio da Governadora do Maranh�o Roseana Sarney, referindo-se a um homem conhecido como 'Marc�o'; esse intermedi�rio estava hospedado no Hotel Luzeiros, em S�o Lu�s/MA, juntamente com Alberto Youssef, na data em que esse �ltimo foi preso na Opera��o Lava Jato."

Youssef foi preso na Opera��o Lava Jato dia 17 de mar�o de 2014 no Hotel Luzeiros em S�o Lu�s. Em depoimento prestado em setembro de 2015, o ex-secret�rio da Casa Civil do Maranh�o Jo�o Abreu negou ter recebido propina em troca de autorizar o pagamento do precat�rio da Constran-UTC. Mas ele contou que o corretor Marco Antonio Ziegert, o Marc�o, apontado como elo entre o governo maranhense e a empreiteira, deixou em seu gabinete uma mala no dia da pris�o do doleiro Youssef.

A Pol�cia Federal constatou que Marc�o acompanhou Youssef na viagem ao Maranh�o. Em seu depoimento o ex-secret�rio da Casa Civil disse que estava com Marc�o em seu gabinete para tratar de "investimentos" da Constran no Estado. Ambos aguardavam a chegada de Youssef, que n�o atendia os telefonemas.

Defesa


O advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, que defende Roseana Sarney afirmou que "Marc�o" � uma pessoa que conhece a fam�lia. "Este assunto foi investigado, j� tem den�ncia recebida pela Justi�a e a Roseana foi inocentada. Ela n�o foi inclu�da na den�ncia. Tudo mais n�o nos interessa, o processo termina a� para ela", disse Kakay.


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