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Estado de Minas

Mensagens tratam de doa��es legais, diz executivo da OAS


postado em 08/01/2016 16:07 / atualizado em 08/01/2016 16:49

Um dos ex-executivos da OAS que ingressaram para o governo da Bahia sob comando do hoje ministro da Casa Civil, Jaques Wagner (PT), disse que as mensagens apreendidas por investigadores da Lava Jato tratam de doa��es legais de campanha.

Executivos da empreiteira que aparecem nas trocas de mensagens envolvendo Jaques Wagner - em conte�do avaliado como suspeito pelos investigadores da Opera��o Lava Jato - foram nomeados secret�rios de Estado no governo da Bahia. Um dos dois executivos mencionados chegou trabalhar na Secretaria de Desenvolvimento Urbano (Sedur) durante a gest�o de Wagner.

Manuel Ribeiro Filho, ex-diretor da OAS na Bahia, assumiu a Sedur em janeiro de 2014 e se manteve na chefia da pasta at� o fim daquele ano. Bruno Dauster, ex-diretor de desenvolvimento da OAS, foi empossado na Casa Civil em janeiro de 2015, quando o sucessor de Wagner, Rui Costa (PT), assumiu o governo da Bahia, e se mant�m at� hoje na chefia da pasta.

Na gest�o Wagner, antes de assumir a fun��o de secret�rio, Dauster foi chefe de gabinete da Casa Civil no Estado. A assessoria de imprensa do governo da Bahia ressaltou que Dauster n�o era mais executivo da OAS quando assumiu o cargo.

As mensagens de texto dos aparelhos apreendidos envolvem L�o Pinheiro, ex-presidente da OAS condenado a 16 anos de pris�o por corrup��o, lavagem de dinheiro e organiza��o criminosa no esquema na Petrobr�s.

Metr�

Em troca de mensagens entre n�meros n�o identificados at� o momento, obtidas por meio da intercepta��o de di�logos do celular de L�o Pinheiro, h� texto em que Dauster � citado como algu�m que "sabia tudo de metr�", em poss�vel refer�ncia �s obras no metr� de Salvador. "Para sua informa��o tanto JW quanto Rui Costa dizem que Bruno Dauster sabia de tudo do metr� e como � gente sua...Abc MK", diz a mensagem.

Ribeiro Filho � um dos executivos que aparecem em troca de mensagens com Pinheiro sobre o apoio � candidatura do petista Nelson Pellegrino � prefeitura de Salvador, em 2012. No final daquele ano, antes do segundo turno das elei��es, Ribeiro se afastou da construtora, onde trabalhava como diretor operacional. O afastamento, segundo ele, ocorreu por motivo de sa�de. "Passei por uma quarentena antes de ir para o governo", disse.

Durante sua gest�o na secretaria, Manuel Ribeiro foi um dos principais defensores da constru��o de uma ponte entre Salvador e a ilha de Itaparica, obra de interesse da OAS, uma das construtoras que desenvolveram o projeto. Ele � irm�o do escritor Jo�o Ubaldo Ribeiro, morto em 2014, que era morador da ilha. Os dois se desentenderam por causa do projeto, or�ado inicialmente em R$ 5,7 bilh�es e cujo custo chegou a R$ 7 bilh�es. Prometida para 2013, a ponte n�o saiu do papel.

Campanha

Manuel Ribeiro J�nior disse que os valores citados nas mensagens reunidas na investiga��o se referem a negocia��es para doa��es eleitorais legais. "Aquilo ali est� bastante claro que era uma coisa de campanha eleitoral. Provavelmente algu�m pediu a doa��o e, como L�o n�o podia vir aqui (a Salvador), deve ter passado para que a gente discutisse, mas eu n�o me lembro nem de ter discutido esse assunto", disse ele.

Ribeiro disse que a "figura" citada na transcri��o n�o � o ent�o governador Jaques Wagner. "N�o sei quem era", disse. Segundo ele, a discuss�o com Wagner se restringiu a uma "rela��o institucional", e que nunca negociou com o governador o pagamento para que M�rio Kert�sz declarasse apoio ao ent�o candidato petista Nelson Pelegrino.

"Na realidade, voc� pega a conversa mas n�o pega o resultado. Ali n�o se tem o resultado se foi realmente pago. Eu n�o sei se foi pago", disse.

Dauster afirmou, via assessoria de imprensa da Secretaria da Casa Civil da Bahia, que n�o se recorda das conversas relatadas pela reportagem e disse que elas est�o fora de contexto. Ele informou que, em 2013, data das mensagens, j� estava na Casa Civil e afirmou n�o fazer sentido levantar qualquer d�vida em rela��o � licita��o do metr� de Salvador porque a OAS perdeu a concorr�ncia.

Durante o per�odo em que Wagner e Costa estiveram no comando do governo baiano, a OAS foi respons�vel por in�meras obras de infraestrutura e revitaliza��o no Estado. A Via Expressa Bahia de Todos os Santos, por exemplo, � considerada a maior interven��o vi�ria em Salvador dos �ltimos 30 anos. A obra custou R$ 480 milh�es, foi inaugurada em 2013 e levou quatro anos para ficar pronta.

Outra obra tocada pela OAS, ainda n�o conclu�da, para revitalizar a orla da capital baiana j� custou R$ 179,4 milh�es ao Estado. Os dados s�o do portal da transpar�ncia do governo da Bahia. O projeto foi feito para ser entregue antes da Copa do Mundo, mas ainda n�o est� pronto. A assessoria de imprensa do governo, no entanto, afirma que n�o existe nem existiu obra de revitaliza��o da orla de Salvador tocada pela OAS durante o governo Wagner.

A OAS integrou ainda, junto com a Odebrecht, outra empresa citada na Lava Jato, o cons�rcio Fonte Nova Participa��es, respons�vel pela reconstru��o da Arena Fonte Nova. Em maio de 2015, ap�s entrar em recupera��o judicial por causa dos preju�zos causados pela Lava Jato, a empresa colocou � venda os 50% da participa��o que tem no empreendimento.

2010

Doa��es da OAS mostram que a liga��o entre Wagner e Pinheiro data pelo menos de 2010. Segundo a presta��o de contas dispon�vel no site do Tribunal Superior Eleitoral, Wagner recebeu naquele ano R$ 1,5 milh�o diretamente da empreiteira para a campanha de reelei��o ao governo da Bahia. Rui Costa (PT-BA), aliado de Wagner e sucessor dele no cargo, tamb�m teve o apoio indireto da empresa nas elei��es de 2014. Os diret�rios nacional e estadual do PT repassaram � campanha dele R$ 4,2 milh�es, doados pela OAS.

A defesa da OAS disse � reportagem que n�o se manifestaria. Jaques Wagner disse em nota estar "� disposi��o do Minist�rio P�blico e demais �rg�os competentes para quaisquer esclarecimentos". Ele negou irregularidades na rela��o com L�o Pinheiro.

Na nota, o ministro manifestou "rep�dio � reiterada pr�tica de vazamentos de informa��es preliminares e inconsistentes, que n�o contribuem para andamento das apura��es e do devido processo legal".


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