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Estado de Minas

Ap�s apoiar A�cio, fam�lia Picciani se une por Dilma


postado em 10/01/2016 08:19 / atualizado em 10/01/2016 12:40

Na elei��o municipal de 1985, Jorge Picciani, morador da periferia carioca, formado em contabilidade e estat�stica e produtor rural em uma fazenda no interior do Estado, decidiu entrar para a pol�tica. Filiou-se ao PSB e foi �s ruas fazer campanha para o ex-deputado Marcelo Cerqueira, que disputava a prefeitura, e para o jornalista Jo�o Saldanha (PCB), candidato a vice. Picciani tinha um filho de cinco anos, Leonardo, outro de tr�s, Felipe, e Rafael estava a caminho. Cerqueira n�o foi eleito, mas o novato militante gostou da experi�ncia.

Passados 30 anos, Jorge, de 60, foi eleito seis vezes deputado estadual, � presidente do PMDB-RJ e da Assembleia Legislativa. Leonardo, aos 36, cumpre o quarto mandato de deputado federal. Rafael, de 29, � deputado estadual como o pai, licenciado para ocupar a secretaria de Transportes da capital fluminense. Felipe, de 34, cuida dos neg�cios da fam�lia. Em 2011, nasceu o ca�ula Arthur.


Paralelamente � trajet�ria pol�tica, Picciani construiu um patrim�nio que, da pequena fazenda em Rio das Flores (RJ), transformou-se em um conglomerado pecu�rio, especializado em gen�tica bovina. De 2011 em diante, os neg�cios foram ampliados para setor de minera��o. Os tr�s pol�ticos da fam�lia somavam, em 2014, um patrim�nio de R$ 27,431 milh�es, a maior parte proveniente da holding Agrobilara, que tem como nome fantasia Grupo Monte Verde, do qual Jorge Picciani � presidente. As informa��es est�o na declara��o de bens enviada � Justi�a Eleitoral.

Conhecida na pol�tica fluminense, sob a lideran�a do patriarca Jorge, a fam�lia Picciani ganhou destaque nacional em meados do ano passado, quando se aproximou da presidente Dilma Rousseff e refor�ou o movimento contra o impeachment. Com o governador Luiz Fernando Pez�o e o prefeito Eduardo Paes, Picciani pai fez do diret�rio estadual o principal esteio de Dilma no PMDB.

L�der do PMDB na C�mara, Leonardo foi destitu�do no in�cio de dezembro e reconduzido uma semana depois, com a ajuda do governo e de Pez�o e Paes, que liberaram secret�rios para assumir vagas na C�mara e refor�ar o grupo pr�-Picciani. Em fevereiro, o l�der tentar� a reelei��o com uma bancada dividida entre governistas, aliados de Picciani, e oposicionistas, pr�ximos do presidente da C�mara, Eduardo Cunha (RJ), e do vice-presidente Michel Temer.

A recondu��o de Leonardo ser� uma vit�ria do governo e manter� os Picciani em papel de destaque na articula��o contra o impeachment. Caso contr�rio, Leonardo estar� em minoria na bancada de 66 deputados e perder� influ�ncia na condu��o do processo. Jorge Picciani afirma que a lideran�a do PMDB n�o � quest�o de vida ou morte. “O fundamental � manter a coer�ncia. Nossa posi��o contra o impeachment n�o vai mudar”, disse.

A incerteza sobre o futuro da lideran�a n�o afasta a decis�o de que, independentemente do resultado, o cl� Picciani estar� unido em defesa de Dilma, assim como esteve afinado, em 2014, na campanha do tucano A�cio Neves para presidente. E, no in�cio do ano passado, trabalhou pela elei��o de Cunha para o comando da C�mara.

Encerradas as elei��es, Picciani criticou o PSDB pelo processo no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em que questionava a lisura do pleito e tamb�m reprovou o movimento de A�cio e dos tucanos em defesa do impeachment. “Quando a elei��o acaba, o resultado tem que ser respeitado”, sustenta. A alian�a com o PSDB no plano nacional foi um ponto fora da curva das alian�as da fam�lia, que apoiou Luiz In�cio Lula da Silva em 2002 e 2006 e Dilma em 2010, quando Jorge Picciani foi candidato ao Senado. Embora fizesse parte da chapa de Dilma, Picciani n�o teve apoio de grande parte dos petistas, que se dedicaram apenas � campanha de Lindbergh Farias (PT), que acabou eleito.

Aez�o

Quatro anos depois, Picciani liderou a dissid�ncia do PMDB e criou o movimento Aez�o, que unia A�cio Neves e Pez�o. O deputado estadual Luiz Paulo Corr�a da Rocha, presidente do PSDB da capital, destacou que, embora a campanha de A�cio ganhasse com a alian�a, o PMDB do Rio tamb�m foi favorecido na campanha de Pez�o.

Depois disso, na vis�o do deputado federal Ot�vio Leite, presidente do PSDB fluminense, sob a lideran�a de Picciani, o PMDB do Rio, com exce��o de Eduardo Cunha, assumiu uma “face petista”. “Os principais l�deres do PMDB do Rio s�o mais Dilma do que setores do pr�prio PT. � t�pico do PMDB estar � sombra do poder”, afirmou.

A deputada Clarissa Garotinho (PR-RJ) endossa a associa��o dos Picciani com o pragmatismo. Representante de outro cl� da pol�tica fluminense, a parlamentar diz que o crescimento do PMDB do Rio deu-se com a filia��o de seu pai, Anthony, e da m�e, Rosinha, ap�s as elei��es de 2002. O rompimento foi ap�s a campanha que elegeu S�rgio Cabral governador em 2006. “A t�tica de rachar � t�pica do Picciani”, disse.

Em rela��o a Cunha, o afastamento da fam�lia Picciani come�ou em julho passado, quando o presidente da C�mara anunciou o rompimento com o governo. A rela��o azedou de vez quando ele ajudou a derrubar Leonardo da lideran�a da bancada. Agora, o cl� tem rela��o apenas protocolar com Cunha, mas Picciani evita comprar briga em p�blico com o correligion�rio. “Do ponto de vista pessoal, continuo querendo bem a Eduardo. Me surpreende, sim, do ponto de vista pol�tico. Ele poderia ter dado uma grande contribui��o ao Pa�s na presid�ncia da C�mara.”

Na Assembleia Legislativa do Rio, Picciani tem boa rela��o com a oposi��o e ajudou Pez�o a aprovar projetos que tentaram aliviar a grav�ssima crise econ�mica do Estado. � aliado do governador, mas critica a gest�o de Pez�o. No plano federal, repete que faz quest�o de n�o indicar nomes ao governo, embora lhe tenha sido oferecido desde 2002. Em vez de nomea��es, pediu apoio ao filho na relatoria de projetos importantes na C�mara.

Em 2014, com Jorge e Rafael candidatos � Assembleia, o cl� montou uma delicada geografia eleitoral: o pai, que tinha forte vota��o na capital, abriu espa�o para o filho. Resultado: Jorge repetiu a vota��o de 2006, �ltima vez que havia sido eleito deputado estadual, e o filho, mesmo com menos votos do que em 2010, se reelegeu.


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