
Em dela��o premiada, o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerver� detalha suposta atua��o do senador Fernando Collor (PTB-AL), em reuni�o marcada pelo ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva, para liberar um cr�dito bilion�rio na BR Distribuidora para usinas de �lcool de Alagoas.
Apesar de a opera��o n�o ter sido liberada pela subsidi�ria da Petrobras, Cerver� disse no depoimento aos investigadores da Lava-Jato que ocorreu uma opera��o de cr�dito para usinas realizada pelo Banco do Brasil.
A suposta opera��o de libera��o de cr�dito teria ocorrido em meados de 2010, segundo Cerver�, portanto durante a gest�o do atual presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, � frente do banco. Na ocasi�o, teriam sido liberados R$ 50 milh�es em cr�dito para as usinas de Jo�o Lyra, segundo o delator. De acordo com a assessoria do Banco do Brasil, o pedido de cr�dito existiu, mas a opera��o n�o foi aprovada.
Collor inicialmente levou Lyra, pol�tico e usineiro em Alagoas, a uma reuni�o na BR Distribuidora para pleitear que a subsidi�ria da Petrobras comprasse R$ 1 bilh�o em �lcool das usinas do Estado. O encontro entre todos os diretores e Collor foi uma sugest�o do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva, de acordo com Cerver�. A opera��o sugerida por Lyra e Collor se tratava de uma "compra de safra antecipada".
Para convencer a diretoria, Collor afirmou que Alagoas havia sofrido com uma "grande enchente" naquele ano e causado muitos danos ao Estado. O senador disse ter levado Lula para "ver pessoalmente o Estado de Alagoas, tendo Lula ficado chocado", segundo Cerver�. Ainda segundo o ex-diretor da Petrobras, Collor afirmou que Lyra cedeu im�veis para reconstruir as cidades e apresentou o empres�rio como um "usineiro altru�sta".
Cerver� afirma na dela��o que existia uma norma na BR Distribuidora que proibia a compra de safra antecipada e, independentemente disso, "n�o havia disponibilidade financeira" para o neg�cio. "Que o financiamento de usinas de �lcool � o pior cr�dito, que as usinas de �lcool estavam praticamente todas em situa��o de fal�ncia", afirmou Cerver�. Apesar disso, relatou o delator aos investigadores da Lava Jato, "o Banco do Brasil, presidido por Aldemir Bendine", concedeu cr�dito de R$ 50 milh�es � usina de Lyra.
O atual presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), chegou a chamar Cerver� para que ele explicasse a libera��o de dinheiro a Lyra, segundo o ex-diretor. A reuni�o entre os dois ocorreu no gabinete do senador, quando Calheiros se mostrou "chateado", nas palavras de Cerver�.
O ex-diretor explicou que o dinheiro n�o fora liberado pela BR Distribuidora, mas sim pelo Banco do Brasil. Disse, ainda, que Renan teria afirmado: "Ah, agora eu entendi, ent�o � por isso que a campanha do Collor est� deslanchando". Renan teria entendido "que o dinheiro do financiamento havia sido usado na campanha de Fernando Collor em Alagoas", consta do depoimento de Cerver�.
Em nota, o Banco do Brasil afirmou que n�o aprovou qualquer opera��o de cr�dito para a usina citada em 2010 ou nos anos seguintes. O banco ressaltou que "analisa todas as opera��es de cr�dito de acordo com crit�rios t�cnicos. A aprova��o cabe sempre a inst�ncias colegiadas, que consideram as caracter�sticas das opera��es e os riscos de cada cliente e de seus acionistas".
O Instituto Lula disse que n�o comentaria as informa��es. A defesa de Fernando Collor n�o foi localizada.