
Nos primeiros 24 dias, o senador permaneceu em uma cela improvisada na Superintend�ncia da Pol�cia Federal, em Bras�lia, onde dividia o banheiro com policiais e se queixava de um gerador instalado pr�ximo � janela do quarto. Al�m das emiss�es de �leo diesel, o gerador, que era ligado principalmente � noite, fazia barulho e impedia Delc�dio de dormir.
A pedido da defesa, ele foi transferido para o Batalh�o de Policiamento de Tr�nsito do Distrito Federal. Um amigo pr�ximo relatou que a nova acomoda��o � “mais humana e muito melhor”. O senador ocupa parte do alojamento de oficiais da Pol�cia Militar. Ali, foi notificado da representa��o no Conselho de �tica do Senado, que pode levar � cassa��o do seu mandato. O senador leu o processo de cabo � rabo e discutiu com a defesa a possibilidade de se defender em liberdade. Em nenhum momento Delc�dio considerou abrir m�o do mandato.
Definido pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), como um “grande rela��es-p�blicas”, o petista adora conversar, mas teve as visitas limitadas a familiares, advogados e poucos amigos. Passa a maior parte do tempo envolto em livros dos mais variados, al�m de reportagens sobre acontecimentos do governo e mat�rias que envolvam o seu nome.
A sele��o � feita pelo assessor Eduardo Marzag�o. “Na situa��o dele, qualquer coisa que n�o seja uma boa not�cia, vem com o peso triplicado”, afirma. Ele conta que tenta manter o senador informado, mas prefere n�o ser o portador de m�s not�cias.
Delc�dio foi preso em 25 de novembro pela Pol�cia Federal, por ordem do Supremo Tribunal Federal. O senador foi detido por tentar barrar as investiga��es da Opera��o Lava Jato. Em conversa gravada pelo filho do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerver�, Bernardo, que participou de uma reuni�o com Delc�dio e o advogado da fam�lia, Edson Ribeiro, o petista sugeriu um plano de fuga para Cerver�, que est� preso em Curitiba. Delc�dio tinha receio de que o ex-diretor o envolvesse no esquema de propinas na estatal.