S�o Paulo - O ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva disse nesta quarta-feira, 20, que o manifesto feito por criminalistas com cr�ticas � opera��o Lava Jato � "pertinente e atualizado" e defendeu-se de suspeitas de corrup��o. "Achei o manifesto pertinente, atualizado e acho que est� na hora de a sociedade brasileira acordar e exigir mais democracia, mais direitos humanos", disse Lula.
Lula defendeu sua atua��o internacional por meio do instituto que leva seu nome ao repetir que sempre agiu corretamente na defesa dos interesses comerciais do Brasil. "N�o tem neste Pa�s viva alma mais honesta que eu", afirmou ao exaltar sua m�xima de que aprendeu honestidade com a m�e analfabeta.
O petista afirmou que acompanha com a "consci�ncia tranquila" as not�cias de suspeitas contra ele divulgadas na imprensa. "Tenho a consci�ncia tranquila que neste Pa�s s� tem um jeito de n�o ser punido, que � fazer as coisas corretas e vale para todo mundo."
Dilma
Ao falar da presidente, Lula disse que � dif�cil eleger um sucessor e voltou a dizer que � cuidadoso ao dar orienta��es � presidente Dilma Rousseff. "Tenho muito cuidado porque � muito dif�cil voc� eleger sucessor. Quando � da oposi��o, tudo fica mais f�cil porque � s� descer o cacete", disse em uma alfinetada ao tucano Fernando Henrique Cardoso.
PT
Lula voltou a dizer que o PT est� sendo criminalizado e precisa reagir. "O PT tem que reagir, fazendo o embate pol�tico, para convencer as pessoas." O ex-presidente tamb�m voltou � argumenta��o de que o impeachment � golpe e que a oposi��o quer, com isso, destruir o projeto de inclus�o social promovido pelo governo petista.
"Nosso objetivo � o de n�o permitir que ningu�m neste Pa�s destrua o projeto de inclus�o social que come�amos a fazer em 1º de janeiro de 2003, � isso que incomoda", afirmou. "Os democratas n�o podem se conformar com essa tentativa de golpe expl�cito de quem fala em impeachment da Dilma", completou, ao dizer que democracia "� coisa s�ria", com a qual "n�o se pode brincar".
O presidente se disse otimista com o desempenho que o PT vai ter na elei��o municipal deste ano e citou o principal objetivo do partido. "Estou convencido que (Fernando) Haddad vai ser reeleito prefeito de S�o Paulo, para citar apenas uma cidade", afirmou durante caf� da manh� com blogueiros promovido pelo instituto que leva seu nome, na capital paulista.
Mercado
Lula voltou a reconhecer que foi um equ�voco pol�tico da presidente Dilma e do PT implementar uma pol�tica econ�mica diferente da pregada durante as elei��es de 2014. Ele afirmou ainda que as mudan�as trabalhistas implementadas ao longo de 2015 "criaram um mal estar no ex�rcito" da presidente e que ela sabe disso e que uma postura favor�vel ao mercado n�o rendeu frutos.
"Se, em algum momento, se acreditou que fazer discurso para o mercado ia melhorar a situa��o do Pa�s, percebemos que n�o se conseguiu ganhar uma pessoa do mercado", disse. "Nem o Levy (Joaquim, ex-ministro da Fazenda), que era representante do mercado, virou governo e ainda perdemos nossa gente", acrescentou Lula.
O petista defendeu, como forma de retomar o crescimento da economia, um "forte pol�tica de financiamento" para retomar obras como as do Programa de Acelera��o do Crescimento (PAC) que n�o est�o conclu�das. "Dilma tem que ter como obsess�o crescimento da economia, retomada do emprego e controle da infla��o", resumiu.
O ex-presidente destacou a import�ncia de n�o permitir que a infla��o corroa a renda dos trabalhadores, mas relativizou o atual n�vel da eleva��o generalizada de pre�os. "Eu, que vivi uma infla��o de 80% ao m�s, com 8% ao ano d� at� para guardar dinheiro embaixo do colch�o", disse. Em 2015, o IPCA, �ndice oficial de infla��o, encerrou o ano em 10,67%.
Segundo Lula, o primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff foi "exitoso". Ele citou o crescimento de 3,9% do Produto Interno Bruto (PIB) registrado em 2011 e destacou que, nesta �poca, outros pa�ses sentiam fortemente os efeitos da crise econ�mica global.
"Os problemas come�aram quando a Dilma, preocupada em n�o permitir a desacelera��o do crescimento e diminuir a pol�tica de inclus�o social, fez um forte subs�dio", avaliou, destacando que as pol�ticas de isen��o fiscal se aproximaram da marca de R$ 500 bilh�es.