Em sua primeira entrevista como candidato � lideran�a do PMDB na C�mara, o deputado Hugo Motta (PB), tentou desvincular sua candidatura da imagem do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). "Vou ganhar essa elei��o com carimbo (de candidato do Cunha) ou sem", disse Motta.
O peemedebista, que disputar� o posto contra o atual l�der Leonardo Picciani (RJ) e o mineiro Leonardo Quint�o, disse come�ar a campanha apenas com o apoio dos tr�s parlamentares da bancada da Para�ba. A partir de agora, Motta disse que trabalhar� para conquistar os votos de todos os deputados, inclusive do presidente da C�mara. "Eduardo Cunha, como todo e qualquer deputado do PMDB, � eleitor. Eu irei sim buscar o apoio do deputado Eduardo Cunha, como dos outros deputados", desconversou. Ele disse que cabe a Cunha - e n�o a ele - responder sobre as den�ncias investigadas na Opera��o Lava Jato.
Cunha atuou nos bastidores para apresentar um terceiro nome para a fun��o, capaz de desidratar a candidatura de Picciani, seu advers�rio pol�tico. A avalia��o � que Motta pode atrair os votos dos parlamentares que n�o apoiariam Quint�o, o preferido do grupo pr� impeachment da presidente Dilma Rousseff, e por consequ�ncia tirar votos dados como certo at� o momento a Picciani. "Estou exercendo um direito que tenho como parlamentar do partido", afirmou o parlamentar ao defender sua candidatura.
"Irei pedir voto a todo mundo. Isso aqui n�o � voto de cabresto, nem muito menos um boi que est� ferrado: olha, esse aqui � do Picciani, s� pode votar no Picciani. N�o, o cara que tinha uma posi��o de votar no Picciani antes da nossa candidatura e depois entender que n�s temos condi��es de melhores do que ele de liderar a bancada, vai com certeza mudar seu posicionamento. Isso � da pol�tica", emendou.
Motta repetiu o discurso de que � preciso unificar a bancada do PMDB e que ele n�o ser� l�der de Cunha, do governo ou da oposi��o. "Qualquer um que vencer as elei��es ter� muito mais dificuldades para reunificar diante das batalhas que foram enfrentadas nos �ltimos dias. Por isso acredito que uma terceira via chega para tentar dialogar tanto com um lado como com o outro. Essa capacidade (de conversar com as correntes do PMDB), eu tenho", declarou.
Antes mesmo de oficializar sua candidatura a l�der do PMDB, Motta procurou o ministro Edinho Silva (Secom), a quem chamou de "amigo", para uma "visita de cortesia" e conversa sobre o momento pol�tico. Ele relatou que pediu que o Pal�cio do Planalto n�o interfira no processo de sucess�o na bancada. "Na hora em que o governo toma partido passa, nesse momento, a estar contra uma outra candidatura. Na minha avalia��o, o mais salutar � deixar que a bancada, na sua sabedoria, possa exercer, na democracia, a vontade sobre quem ela vai querer como l�der para 2016", disse.
O candidato a l�der evitou se posicionar sobre retorno da CPMF, disse que ser� "porta-voz" da bancada, mas pregou o di�logo em torno de projetos que tratam da cria��o de novos impostos. Sobre o processo de impeachment, reiterou que sempre se colocou contra o afastamento da presidente da Rep�blica. "N�o trataremos do tema impeachment. N�o cabe ao l�der do PMDB esse posicionamento antecipado porque n�o se sabe qual � o posicionamento da maioria da bancada", respondeu.
Questionado sobre a composi��o da comiss�o especial do impeachment, Motta informou que tomar� o cuidado para contemplar todas as alas do PMDB no colegiado. "Entendo que o l�der n�o poder� desprezar ou atropelar uma minoria existente. Vamos ter esse cuidado para montar uma comiss�o ecl�tica", disse.