Bras�lia, 24 - Com o enfraquecimento pol�tico do presidente da C�mara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a oposi��o decidiu rever sua estrat�gia para 2016. Vai apostar, no retorno das atividades no Congresso, em CPIs que tenham potencial de criar desgaste ao PT e ao governo federal e de levantar fatos novos que possam incriminar diretamente a presidente Dilma Rousseff.
Fora do campo institucional do Congresso, onde se dar� a batalha pelo impeachment de Dilma, e diante do impacto da crise econ�mica na vida da popula��o, o PSDB prepara uma estrat�gia para confrontar o PT no ponto central do discurso pol�tico-eleitoral dos petistas, a �rea social. O novo enfoque do discurso dos tucanos ser� ajustado no pr�ximo m�s de mar�o, quando o PSDB pretende realizar um semin�rio com representantes de diversos setores. Desse encontro deve surgir um documento a ser encaminhado ao governo e projetos.
�Queremos fazer um forte confronto com o PT no campo social. Queremos mostrar que o �ltimo pilar do discurso petista, o da inclus�o, � uma fal�cia. Vamos mostrar que o modelo de inclus�o do PT - baseado exclusivamente na transfer�ncia de renda, sem se preocupar com a qualifica��o, com o ambiente de neg�cio, com a gera��o de renda, e o emprego - fracassou�, afirmou ao Estado o presidente do PSDB, senador A�cio Neves (MG).
A busca do embate com os petistas dentro de uma �rea que tem sido a principal bandeira do advers�rio nas �ltimas elei��es, tem como base levantamentos encomendados pela c�pula do PSDB. �Temos pesquisas que mostram que hoje 66% dos brasileiros acham que a vida depois de 13 anos do PT piorou. At� aqueles que tiveram algum ganho em determinado momento j� renegam o PT�, ressaltou A�cio.
CPIs
. �Houve um arrefecimento do impeachment e, por isso, o ritmo na retomada das atividades ser� o de entrar com o p� no acelerador. Com o que a CPI j� apurou est� claro que o mesmo modus operandi do petrol�o est� presente nos fundos de pens�o. O aparelhamento das institui��es, o tr�fico de influ�ncia e o direcionamento dos neg�cios para partidos�, afirmou o presidente da CPI dos Fundos de Pens�o, Efraim Filho (DEM-PB).
Entre os motivos para o �arrefecimento� do processo de impedimento da presidente est� a decis�o do Supremo Tribunal Federal que alterou o rito do impeachment estabelecido na C�mara. Principal algoz do governo, Cunha vive um momento de enfraquecimento pol�tico em decorr�ncia das den�ncias no �mbito da Lava Jato.
Integrante da CPI dos Fundos de Pens�o, o vice-l�der da minoria, Raul Jungmann (PPS-PE), tamb�m acredita no potencial da comiss�o para gerar desgastes eleitorais ao PT. �Essa CPI tem uma caracter�stica porque � o tema que mais profundamente atinge ao PT. O fundo de pens�o � org�nico, ele se desenvolve nos sindicalismos e isso � algo letal para o PT�, disse.
Os obst�culos para p�r em pr�tica este papel est� no movimento do PMDB e do vice-presidente Michel Temer de se reaproximar de Dilma. �A oposi��o sozinha, sem o PMDB, n�o avan�ar� muito. Se a recondu��o de Michel Temer � presid�ncia do PMDB e a briga pela lideran�a do PMDB na Casa tiverem um desfecho pr�-oposi��o, n�o tem menor sombra de d�vida que essa CPI vai ganhar larga escala�, disse Jungmann.
Ainda assim, na lista de requerimentos de convoca��es da comiss�o est�o integrantes do Funcef, Postalis e Petros. Tamb�m est� pronta para vota��o a convoca��o do ministro da Casa Civil, Jaques Wagner. O pedido da oitiva do ministro foi apresentado no �ltimo dia 11 ap�s o Estado revelar que conversas obtidas pela Lava Jato no celular do ex-presidente da OAS L�o Pinheiro.
Lava Jato e TSE
. Paralelamente �s CPIs, lideran�as de oposi��o vivem a expectativa de que desdobramentos da Lava Jato possam alimentar os processos contra a campanha de Dilma no TSE. �Cada vez mais provas ser�o materializadas, o que pode levar o TSE a cassar o diploma da presidente�, disse o deputado Ant�nio Imbassahy (BA), que assumir� a bancada do PSDB da C�mara ap�s o recesso. �O principal trunfo das oposi��es n�o � o impeachment. O grande problema � a quest�o econ�mica que reflete na vida das pessoas. O governo tem errado e n�o tem recuperado a capacidade pol�tica�, avaliou o presidente do PSB, Carlos Siqueira. As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.