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Estado de Minas

Parte da comiss�o ia para Capez, diz investigado na fraude das merendas em SP


postado em 26/01/2016 12:07 / atualizado em 26/01/2016 12:31

S�o Paulo - O gerente de log�stica da Coaf - cooperativa sob investiga��o por supostas fraudes na merenda escolar -, Carlos Luciano Lopes, declarou � Pol�cia Civil e ao Minist�rio P�blico Estadual que o presidente da Assembleia Legislativa de S�o Paulo, deputado Fernando Capez (PSDB), recebia parte de comiss�o entregue ao lobista Marcel Ferreira J�lio por contratos supostamente superfaturados com prefeituras na venda de produtos agr�colas e suco de laranja. Segundo ele, Capez era tratado como "nosso amigo" pelos integrantes do grupo sob suspeita.

"Parte do dinheiro da comiss�o entregue a Marcel tinha como destinat�rio o deputado Fernando Capez e a outra parte ficava com o pr�prio Marcel", afirmou Carlos Lopes.

Marcel, suposto intermedi�rio de propinas, � filho do ex-deputado Leonel Ferreira J�lio, que nos anos 1970 presidiu a Assembleia Legislativa de S�o Paulo pelo antigo MDB e foi cassado no esc�ndalo das calcinhas - compra de grande lote de pe�as femininas no exterior.

Carlos Lopes revelou que nas elei��es de 2014 o ent�o presidente da Cooperativa Org�nica Agr�cola Familiar (Coaf) C�ssio Chebabi cedeu um ve�culo Gol "para uso na campanha do deputado Capez". Segundo Lopes, o carro ficou � disposi��o do comit� do tucano por 90 dias, "sendo que neste per�odo reca�ram v�rias multas de tr�nsito no ve�culo durante uso na Capital".

Essa informa��o contradiz Capez que, na semana passada, afirmou "jamais" ter ouvido falar da Coaf nem de C�ssio Chebabi. A Coaf � o alvo central da Opera��o Alba Branca, investiga��o integrada da Pol�cia Civil e do Minist�rio P�blico de S�o Paulo.

A for�a-tarefa de delegados e promotores de Justi�a tem informa��es de que pelo menos 22 prefeituras fizeram neg�cios com a Coaf. Cinco investigados j� prestaram depoimentos e citaram nomes de prefeitos, secret�rios municipais e servidores p�blicos por ajustes com a cooperativa em troca de comiss�es sobre o valor dos contratos.

Eles apontaram os nomes de um assessor e de um ex-assessor de Capez, respectivamente Luiz Gutierrez, o Lic�, e Jeter Rodrigues - este demitido, segundo o tucano, porque teria usado seu nome para indicar um delegado para um cargo em S�o Paulo.

Os investigados tamb�m citaram Luiz Roberto dos Santos, conhecido como Moita, que foi chefe de gabinete de Edson Aparecido - secret�rio chefe da Casa Civil do Governo Geraldo Alckmin (PSDB) - at� um dia antes da deflagra��o da Alba Branca.

"O declarante possu�a um vasto conhecimento sobre o que acontecia na Coaf porque a sua condi��o de gerente de log�stica o levava a receber todos os pedidos de todas as prefeituras, j� que era o declarante quem se responsabilizava pela fabrica��o do produto e sua destina��o � prefeitura que o havia adquirido", relatou Carlos Luciano Lopes.

"Esse conhecimento aumentou quando passou a acumular a fun��o de vendedor (da Coaf), quando passou a ter contato com outras quest�es tamb�m da Cooperativa."

Lopes citou um contrato celebrado com o governo do Estado por meio da Secretaria de Educa��o no in�cio de 2014. E apontou os nomes do presidente da Uni�o dos Vereadores do Estado de S�o Paulo Sebasti�o Misiara, e de um sobrinho dele, Emerson Girardi, que supostamente faziam lobby da Cooperativa junto a gest�es municipais.

"O Dr. Misiara e Emerson conseguiram fazer com que a Coaf se sagrasse vencedora em um chamamento para fornecimento de suco de laranja em embalagens de 200 ml e de um litro para a rede p�blica de ensino da Grande S�o Paulo sendo que por quest�es or�ament�rias n�o foi adjudicado a cooperativa o objeto do contrato", disse.

Carlos Lopes afirmou, ainda, que depois de alguns meses foi apresentado a Marcel J�lio por um vendedor da Coaf, C�sar Augusto Bertholino. "Marcel, segundo C�sar, seria aliado do deputado Fernando Capez."

Capez nega envolvimento com o grupo da Coaf. "N�o tenho rela��o com a cooperativa",a firma. Sobre o carro que a Coaf teria cedido para uso de sua campanha eleitoral de 2014, o presidente da Assembleia Legislativa de S�o Paulo disse que "n�o cuida dessas coisas", mas que iria checar a quest�o.

Na semana passada, quando Alba Branca foi desencadeada, a Secretaria da Educa��o do Estado informou que Marcel Ferreira J�lio, suposto intermedi�rio de propinas, n�o � funcion�rio da Pasta.

O presidente da Uni�o dos Vereadores do Estado de S�o Paulo, Sebasti�o Misiara, afirma que jamais fez lobby para a cooperativa. "Em nenhum momento sugeri a algum prefeito que comprasse da Coaf", diz. Ele afirmou, ainda, que "medidas judiciais e administrativas ser�o tomadas a seu tempo, visando esclarecer a verdade".


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