S�o Paulo, 27 - O presidente da Cooperativa Org�nica Agr�cola Familiar (Coaf), C�ssio Chebabi, investigado na Opera��o Alba Branca por fraudes na merenda escolar, revelou "retalia��es e amea�as" que teria sofrido quando o pagamento de propina no esquema atrasava. Ele afirmou que as cobran�as eram feitas at� por mensagem de WhatsApp de um assessor do deputado Fernando Capez (PSDB), presidente da Assembleia Legislativa de S�o Paulo.
Em depoimento � Pol�cia Civil e ao Minist�rio P�blico do Estado, C�ssio Chebabi citou o nome do assessor do tucano, Luiz Carlos Gutierrez, o Lic� - cabo eleitoral de Capez na regi�o da Mooca, zona Leste de S�o Paulo. O executivo tamb�m apontou Jeter Rodrigues, que foi assessor do presidente da Assembleia Legislativa.
Capez, Lic� e Jeter j� haviam sido citados no esquema de corrup��o por outros quatro funcion�rios da Coaf, investigados da Alba Branca: C�sar Augusto Bertholino, Adriano Gibertoni Mauro, Carlos Luciano Lopes e Carlos Alberto Santana da Silva.
Chebabi atribuiu as informa��es a C�sar Bertholino, vendedor da Coaf. "Quando a Coaf atrasava, devido a dificuldades financeiras, o pagamento da 'comiss�o' ao Governo do Estado, eram feitas retalia��es e amea�as, desde barrar a entrega dos produtos no Centro de Distribui��o da Pasta Estadual da Educa��o na cidade de Cajamar at� a transmiss�o de mensagens por �watszap� (sic) de um assessor do deputado Fernando Capez, identificado por C�sar como Lic�, o qual tamb�m seria cunhado daquela deputado", afirmou o presidente da Coaf.
Chebabi contou aos investigadores que para Jeter Rodrigues "ajudar" nos interesses da empresa, a Coaf cedeu um carro para a campanha eleitoral de 2014 de Fernando Capez. Ele disse n�o se lembrar da placa do ve�culo.
Segundo Chebabi, na mesma �poca da campanha para governos e Legislativos estadual e federal e para a futura contrata��o da Coaf pelo Governo do Estado, a Cooperativa emitiu um cheque do Banco Bradesco, no valor de R$ 50 mil pr�-datado para 90 dias. C�ssio Chebabi disse que o cheque foi levado por C�sar para o lobista Marcel Ferreira Julio, que entregaria a Jeter.
Filho do ex-deputado Leonel Julio - cassado em 1976 pelo regime militar em um epis�dio que ficou conhecido como "esc�ndalo das calcinhas" -, Marcel Ferreira Julio atuaria como operador de propinas e lobista.
"O cheque, todavia, foi devolvido por falta de fundos, j� que dependia seu pagamento dos pr�vios pagamentos do Estado pela Coaf, o que, assessoria do deputado garantia que se daria no prazo do pr� datamento, mas como o contrato e os pagamentos passaram se dar apenas em meados do ano seguinte, o cheque voltou", relatou.
Chebabi afirmou � pol�cia que quando os pagamentos do Estado se efetivaram, o cheque foi pago e resgatado, "mediante comunica��o a Marcel".
Fernando Capez recha�a categoricamente as den�ncias que o envolvem com fraudes da merenda escolar. Desde que seu nome foi citado por investigados da Opera��o Alba Branca, o tucano reitera que "nunca ouviu falar da Coaf", nem do presidente da cooperativa, C�ssio Chebabi.
Capez disse que em dezembro demitiu Jeter Rodrigues da sua assessoria. "Ele usou o meu nome para indicar um delegado de pol�cia para um cargo em S�o Paulo", afirmou. O presidente da Assembleia Legislativa disse que acredita "na inoc�ncia e na honestidade" de Luiz Gutierrez, do Lic�, seu assessor e cabo eleitoral.