Bras�lia, 01 - Lembrando sua origem b�lgara e fazendo uma pequena sauda��o em b�lgaro, a presidente Dilma Rousseff afirmou nesta segunda-feira, 1, ap�s encontro com o presidente da Bulg�ria, Rosen Plevneliev, que os dois pa�ses retomaram as conversas para a reforma do Conselho de Seguran�a da Organiza��o das Na��es Unidas (ONU) e tamb�m discutiram uma forma de agilizar o acordo bilateral entre o Mercosul e a Uni�o Europeia.
"� luz do quadro de inseguran�a internacional retomamos nossa conversa a respeito de reformar o Conselho de Seguran�a da ONU, a fim de que suas a��es sejam mais eficazes e representativas", disse. "Estamos certos que essa visita trar� ainda avan�os concretos nas nossas rela��es bilaterais. E tamb�m far� avan�ar as rela��es entre Mercosul e Uni�o Europeia", disse a presidente, em cerim�nia no Pal�cio do Planalto.
Plevneliev afirmou que a Bulg�ria pode ser a porta de entrada da Uni�o Europeia para o Brasil, assim como o Brasil pode ser a porta de entrada do Mercosul para a Bulg�ria. "Faremos todo o poss�vel para que isso aconte�a", afirmou, destacando que pretende em sua visita convencer empres�rios brasileiros a investir em seu pa�s. "Temos vontade pol�tica muito forte para ampliar rela��es", disse, destacando a import�ncia da figura de Dilma para as boas rela��es.
Os dois governos assinaram um acordo de Previd�ncia Social que visa facilitar a vida de residentes brasileiros na Bulg�ria e vice-versa. Al�m disso, foi assinado um Memorando de Entendimento entre o Conselho Nacional de Desenvolvimento Cient�fico e Tecnol�gico (CNPQ) e o Minist�rio da Educa��o e da Ci�ncia da Bulg�ria.
Segundo a presidente, a conversa tratou ainda sobre formas de revigorar fluxos comerciais entre os dois pa�ses. "Discutimos todas as vari�veis de investimento e diversifica��o do com�rcio", afirmou. No ano passado, o com�rcio bilateral Brasil-Bulg�ria foi de US$ 161 milh�es, com queda de 34% em rela��o ao ano anterior (US$ 243 milh�es). Segundo o governo, o Brasil registrou saldo comercial de US$ 75 milh�es em 2015, redu��o de 55% (US$ 168 milh�es em 2014).
Dilma disse ainda que os dois mandat�rios "convergiram" sobre a necessidade de se encontrar uma "solu��o pol�tica e abrangente para o conflito na S�ria" e para a quest�o dos refugiados.
No fim do discurso, Dilma convidou o presidente e sua delega��o para visitarem o Brasil durante os Jogos Ol�mpicos, que acontecem em agosto, no Rio de Janeiro. A visita de Plevneliev ao Brasil atende a um convite da presidente Dilma feito no encontro bilateral durante a C�pula Celac-UE, em Bruxelas, e em reciprocidade � visita da presidente a S�fia, capital da Bulg�ria, em outubro de 2011. Segundo informa��es do governo, ap�s a visita, o fluxo de com�rcio entre os dois pa�ses atingiu recorde hist�rico em 2012, com a opera��o de leasing de nove jatos comerciais E-190 da Embraer pela Bulgaria Air.
Ap�s a declara��o � imprensa, Dilma e o presidente da Bulg�ria participam de um almo�o no Pal�cio do Itamaraty. A comitiva do presidente da Bulg�ria, composta por empres�rios dos setores farmac�utico, petrol�fero, inform�tico e do agroneg�cio, deve permanecer tr�s dias no Pa�s. O presidente Plevneliev participar� de encontros empresariais nas sedes da CNI, em Bras�lia, e da Fiesp, em S�o Paulo. Al�m disso, ser� recebido pelo governador de S�o Paulo, Geraldo Alckmin, e encontrar� a comunidade b�lgara em S�o Paulo.
Origens
Filha de pai b�lgaro, Dilma disse que a visita de Plevneliev tinha "um significado especial" para ela. "Como todos sabem tenho uma parte b�lgara, a metade", afirmou. O presidente da Bulg�ria tamb�m destacou o fato de Dilma ter liga��o com o seu pa�s. Disse que o povo b�lgaro sente "simpatia especial" pelo Brasil e que tem "muito orgulho" das origens da petista.
Quando esteve na Bulg�ria, em outubro de 2011, Dilma visitou a cidade natal do pai, Gabrovo, onde se encontrou com parentes. Petar Rousseff emigrou da Bulg�ria para a Fran�a em 1929 e depois foi para o Brasil, passando pela Argentina. Aqui ele adotou o nome de Pedro Rousseff. Ele deixou para tr�s a mulher, que estava gr�vida, e outros familiares, que pensaram que ele tivesse morrido.
Somente em 1948 sua m�e, Tsana, recebeu uma carta dele, anunciando que tinha se casado com uma brasileira e tido tr�s filhos, entre eles Dilma. A presidente nunca chegou a conhecer seu meio-irm�o b�lgaro, Lyuben, que morreu em 2007.