S�o Paulo - Os delegados que atuam na Opera��o Alba Branca afirmam que o esquema mantido pela Cooperativa Org�nica Agr�cola Familiar (Coaf) na venda de produtos para a merenda escolar no governo do Estado de S�o Paulo e em prefeituras paulistas era "uma verdadeira farra com o dinheiro p�blico".
O esquema, diz a pol�cia, se aproveitou da legisla��o federal que estipula e prev� incentivos para compra de at� 30% de produtos da merenda escolar de pequenos produtores rurais.
A representa��o dos delegados aponta que o esquema envolvia propinas, chamadas pelos investigados de "comiss�es", que giraram entre 10% e 20% em contratos com governo estadual e prefeituras para fornecimento de produtos para merenda, como suco de laranja e arroz. A Coaf participava das chamadas p�blicas simulando disputa com outras cooperativas ligadas a ela, combinando pre�os, que eram superfaturados. Para garantir os contratos com governo e prefeituras, era feito o acerto de "comiss�es".
"Tais valores, via de regra, s�o entregues em dinheiro ao representante do �rg�o p�blico participante do esquema, no caso, algu�m que funcionava como um 'lobista'", informa o relat�rio da Alba Branca.
Apreens�o
Com base em horas de escutas telef�nicas e nos depoimentos de pelos menos seis funcion�rios da Coaf, incluindo o presidente da entidade, C�ssio Chebabi, a investiga��o detalhou como eram feitas as entregas de pacotes de dinheiro, dep�sitos em contas e acertos em postos de combust�vel �s margens de rodovias.
No documento, a Pol�cia Civil aponta que foi identificada a "entrega de valores, sendo uma no valor de R$ 130 mil, uma segunda de R$ 80 mil e, uma terceira, que iria ser efetuada no valor de R$ 95 mil".
Considerada pela Alba Branca "importante prova material da efetiva exist�ncia dessa organiza��o criminosa", a pol�cia apreendeu R$ 95,6 mil reais em notas de R$ 50 e R$ 100, no dia 9 de janeiro, em Taiuva - vizinha a Bebedouro, sede da Coaf.
O dinheiro seria a propina paga a Marcel Ferreira Julio, filho do ex-deputado Leonel Julio, que atuaria como lobista que fazia a liga��o entre a Coaf e os agentes p�blicos do governo do Estado e das prefeituras. Ele est� foragido e foi flagrado nas escutas feitas pela opera��o com autoriza��o judicial e teve seu nome citado.