
As cidades mais afetadas, segundo o �rg�o, s�o aquelas que t�m menos de 50 mil habitantes e que dependem dos repasses do FPM para gerir suas despesas. No ano passado, os 2,9 mil munic�pios que participaram da pesquisa da CNM gastaram em m�dia, cada um deles, R$ 158 mil com os festejos. Em 2016, os munic�pios que continuam patrocinando a festa para atrair turistas esperam gastar, em m�dia, R$ 129 mil, que corresponde a 81% dos valores investidos no carnaval em 2015.
No Norte de Minas e no Vale do Jequitinhonha, regi�es mais pobres do estado, v�rias prefeituras foram obrigadas a desistir da festa devido � falta de dinheiro. Mas a situa��o tamb�m se repete em outras regi�es, como no Sul do estado. “Se a prefeitura promovesse o carnaval n�o teria dinheiro para quitar a folha de pagamento dos funcion�rios”, afirma o prefeito de Francisco S� (Norte de Minas), Denilson Rodrigues Silveira (PMDB). Segundo ele, a folia custaria cerca de R$ 120 mil aos cofres municipais. Silveira alega que Francisco S�, de 23,4 mil habitantes, enfrenta s�rias dificuldades financeiras por causa da redu��o dos repasses federais, principalmente do FPM. “Houve uma queda dos repasses federais de 30% em rela��o ao ano passado. Al�m da diminui��o do FPM, temos cerca de R$ 700 mil de valores a receber em atraso da �rea de sa�de e R$ 93 mil atrasados de programas de outras �reas”, relata.
Tamb�m no Norte de Minas, o prefeito da pequena Glaucil�ndia, de 3,2 mil habitantes, Geraldo Martins de Freitas (PMDB), suspendeu o carnaval alegando falta de dinheiro. “N�o temos recursos suficientes para promover o carnaval. Mesmo se a gente fosse fazer, seria uma “coisa mais simples”, teria que gastar pelo menos R$ 30 mil com a contrata��o de uma banda e de som”, diz Freitas. Ele reclama que a prefeitura enfrenta dificuldades para consertar estradas vicinais e pontes na zona rural do munic�pio, que foram destru�das pelas chuvas de janeiro.
Economia
Na vizinha Juramento (4,2 mil habitantes), separada de Glaucil�ndia por apenas 18 quil�metros, a prefeitura vai promover o Carnaval, mas de maneira econ�mica. Ser�o apenas dois dias de festa (hoje e amanh�), com anima��o de duas bandas da regi�o. “O nosso objetivo � fazer alguma coisa, a baixo custo, apenas para n�o deixar o carnaval passar em branco”, afirma T�nia Sileide Pereira, secret�ria municipal de Administra��o de Juramento. “Por causa das quedas do FPM, a prefeitura n�o tem como fazer um carnaval maior e melhor”, argumenta.
A situa��o � a mesma em Bocaiuva, de 48,9 mil habitantes, onde a administra��o municipal decidiu promover a festa durante tr�s dias (de hoje at� segunda), contando apenas com bandas e cantores locais.
A escassez de verba tamb�m motivou o cancelamento do carnaval em cidades do Vale do Jequitinhonha. “Reconhecemos a import�ncia da festa, mas, com a queda da arrecada��o, vamos priorizar o pagamento de fornecedores e o restante do acerto que temos de fazer com os funcion�rios contratados e que foram dispensados no final do ano”, justifica Francisco Elet�ncio Murta (PMN), prefeito de Coronel Murta.
Atrasados
A falta de caixa para bancar o carnaval se repete em cidades do Sul de Minas. � o caso de Lavras. Segundo a prefeitura, o munic�pio registrou um ano com problemas de arrecada��o e teve dificuldades em quitar os sal�rios dos servidores. Os blocos, que antes desfilavam pelo centro da cidade, foram cancelados em janeiro e a prefeitura comunicou � Pol�cia Militar e ao Corpo de Bombeiros que n�o ser�o feitas comemora��es durante o carnaval.
Em Caxambu, a situa��o � um pouco diferente. Somente ontem, �s 18h30, o prefeito Jurandir Belini, confirmou por meio de pronunciamento em r�dio que a festa n�o seria realizada. “Infelizmente, n�o existe mais tempo h�bil para se realizar o carnaval”, afirmou Belini. Nos �ltimos anos a festa teve um palco no centro da cidade e levou milhares de foli�es para as ruas. Em janeiro, a Justi�a decidiu cancelar a festa, que custaria R$ 240 mil aos cofres p�blicos, depois que o Minist�rio P�blico instaurou inqu�rito civil contra o munic�pio. O motivo foi o n�o pagamento do 13º sal�rio de 2015 dos servidores municipais e a falta de vagas para alunos do ensino infantil no sistema educacional do munic�pio. O juiz da comarca, Raphael Ferreira Moreira, determinou que Caxambu n�o realizasse a festa, sob pena de multa di�ria de R$ 20 mil. No entanto, na quinta-feira, a Justi�a revogou a liminar e autorizou as comemora��es patrocinadas pela prefeitura. A decis�o em cima da hora n�o foi suficiente para reverter a suspens�o da festa.