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Estado de Minas

Isolado, pecuarista amigo de Lula ataca 'caciques do PT'


postado em 07/02/2016 08:31

S�o Paulo, 07 - O pecuarista Jos� Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Lula, p�s um fim nas rela��es muito pr�ximas que mantinha com o PT. Por meio de seus advogados, ele pediu ao juiz federal S�rgio Moro que libere seus bens - confiscados desde novembro, quando foi preso na Opera��o Passe Livre, desdobramento da Lava Jato. A defesa alega que todos os ativos que Bumlai amealhou "possuem origem comprovadamente l�cita". Eles partem para o ataque a outros protagonistas do epis�dio que envolve um enigm�tico empr�stimo milion�rio do pr�prio Bumlai realizado em outubro de 2004 no Banco Schahin e a contrata��o para operar o navio-sonda Vit�ria 10.000.

"Seria mais coerente impor a constri��o aos corr�us, os afagados e protegidos donos do Banco Schahin, aos caciques do PT ou ainda aos que compunham a Diretoria Internacional da Petrobras pois, se existe algu�m que teve ganho patrimonial com a pouca-vergonha da contrata��o fraudulenta do tal navio-sonda, certamente n�o foi o peticion�rio (Bumlai)", afirmam os criminalistas Arnaldo Malheiros Filho, Daniella Meggiolaro, Conrado de Almeida Prado e Lyzie de Souza Andrade Perfi, defensores do amigo de Lula.

O ataque de Bumlai escancara o rompimento com o partido que seu amigo fundou no in�cio dos anos 1980. Admirador de Lula, a quem conheceu em 2002, o pecuarista se prestou a fazer o empr�stimo que o levou � pris�o no dia 24 de novembro de 2015, sob acusa��o formal de gest�o fraudulenta e lavagem de dinheiro. Isolado, na imin�ncia de uma pesada condena��o que o juiz da Lava Jato poder� lhe infligir, Bumlai foi para cima do PT.

A origem da acusa��o ao pecuarista � exatamente o empr�stimo de R$ 12,17 milh�es no Schahin, dinheiro que, segundo Bumlai, foi integralmente destinado ao PT. Na ocasi�o, afirmou, o partido de Lula atravessava dificuldades de caixa e necessitava de refor�o para saldar d�vidas de campanha.

Em troca do "socorro" financeiro ao PT, o Grupo Schahin foi contratado pela Petrobras, em 2009, ao pre�o de US$ 1,6 bilh�o, sem licita��o, para operar o navio-sonda, conforme as investiga��es. "Conquanto tenha admitido sua participa��o na tomada do empr�stimo junto ao Banco Schahin, n�o restam d�vidas de que o montante de R$ 12.176.850,80 (doze milh�es, cento e setenta e seis mil, oitocentos e cinquenta reais e oitenta centavos) foi repassado integralmente pela institui��o financeira ao Partido dos Trabalhadores e utilizado posteriormente como moeda de troca para realiza��o de neg�cio esp�rio, uma bandalheira entre o Grupo Schahin e ent�o dirigentes da Petrobras, ao qual o peticion�rio � totalmente alheio, n�o tendo disposto de nenhum centavo desse dinheiro nem tampouco usufru�do dos proveitos obtidos com a contrata��o da opera��o da sonda Vit�ria 10.000", dizem Malheiros Filho e sua equipe.

Bloqueio

A rea��o de Bumlai ocorre apenas alguns dias depois que o juiz da Lava Jato, em 22 de janeiro, ampliando os efeitos da decis�o de bloqueio de ativos financeiros em contas do pecuarista e de suas empresas, determinou o arresto de seus bens e de seus filhos visando � recupera��o imediata do valor de R$ 56,63 milh�es.

Segundo Moro, o confisco visava a "recuperar o produto dos crimes" e a "reparar o dano" deles decorrente, podendo recair sob seus familiares "porquanto presentes os ind�cios de confus�o entre o patrim�nio de Jos� Carlos Bumlai com o de seus filhos e de que estes participaram objetivamente dos crimes em apura��o".

Segundo os advogados de Bumlai, "em que pese j� ter sido informada nos autos sua pretens�o de oferecer um im�vel em substitui��o aos j� bloqueados como garantia do valor pretendido, o requerente n�o pode deixar de consignar seu inconformismo com a constri��o patrimonial determinada".

Os defensores do amigo de Lula fazem da ironia um argumento. "Se algum dos acusados possui 'capacidade econ�mica financeira' certamente s�o os donos do Grupo Schahin, que ainda se refestelam com proveitos do contrato de opera��o da sonda Vit�ria 10.000, tendo um deles, inclusive, informado a esse Ju�zo que passar� o carnaval em Paris, que continua a ser uma festa... O que lhes falta em dignidade sobeja em bom gosto."

Bumlai atravessa pesadas dificuldades financeiras, dizem seus advogados. "A verdade, hoje mais propagada do que seria de seu agrado, � que a situa��o econ�mica de Jos� Carlos Bumlai e das empresas de sua fam�lia j� h� algum tempo pode ser classificada como 'cr�tica'. Assim, o fato de 'o resultado do bloqueio' de valores em suas contas banc�rias ter sido 'p�fio', diferentemente do que equivocadamente suspeitam o Minist�rio P�blico Federal e esse Ju�zo, � apenas a comprova��o de que o peticion�rio j� n�o disp�e de recursos l�quidos significativos", afirma a defesa.

Segundo a defesa, "outra prova da condi��o financeira prec�ria de Jos� Carlos Bumlai � que a grande maioria de seus bens, inclusive aqueles mencionados pelo Minist�rio P�blico Federal no pedido de bloqueio, j� � objeto de garantia de d�vidas com institui��es financeiras e de outras obriga��es". "Cabe registrar mais uma vez que n�o existe qualquer 'confus�o' entre o patrim�nio de Bumlai e de seus quatro filhos". As informa��es s�o do jornal

O Estado de S. Paulo.


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