Numa tentativa de driblar as novas regras, que t�m o m�rito de estabelecer o crit�rio de representa��o na C�mara dos Deputados para o acesso ao hor�rio de antena, os partidos nanicos se preparam para lan�ar candidatos majorit�rios em “federa��es” de at� seis siglas nanicas, multiplicando a possibilidade de inser��es e ao mesmo tempo do hor�rio eleitoral. Assim preservariam o poder de barganha com os grandes partidos, mantendo a velha l�gica de negociar o apoio velado �s chapas mais competitivas, principalmente atacando o advers�rio. Mas a articula��o pol�tica envolvida na coopta��o dos “parceiros” nanicos � complexa, j� que todos est�o interessados em arrancar para si as mesmas vantagens, principalmente apoio financeiro �s chapas de candidatos a vereador e cargos num eventual futuro governo.
Algumas pequenas legendas tamb�m sonham em engrossar as pr�prias bancadas federais no m�s de mar�o, quando estar� escancarada a chamada “janela de infidelidade”, prevista na Proposta de Emenda Constitucional 113/2015, que ser� promulgada no pr�ximo dia 18. Os nanicos fazem duas apostas. A primeira � que muitos deputados federais, interessados em conquistar a “carta de alforria” que a lei da fidelidade partid�ria lhes nega, tratariam de migrar no per�odo previsto pela emenda. A partir da�, estar�o livres para negociar espa�os de mando dentro de partidos pequenos e, se preciso for, migrar novamente ainda neste mandato, sem riscos de perder a cadeira.
A segunda aposta das pequenas legendas, bem menos prov�vel do que a primeira, � a judicializa��o de uma discuss�o que j� foi superada no �mbito do Supremo Tribunal Federal (STF): preparam uma nova a��o direta de inconstitucionalidade (Adin) para requerer o direito de que os deputados que migrarem carreguem para o novo partido o tempo proporcional correspondente � sua cadeira. Cada deputado soma para o partido pelo qual foi eleito cinco inser��es de 30 segundos, al�m de 2 segundos, de segunda a s�bado, nos blocos do hor�rio eleitoral. “Qual � a l�gica de se ter um dispositivo que permite mudar de partido, mas impede que o parlamentar leve � nova sigla o seu tempo?”, questiona Luis Tib�, presidente nacional do PTdoB.
Os dados est�o lan�ados. Desesperadas pela perda de poder de barganha, as siglas nanicas, sem plataformas, mas ansiosas por “espa�o”, v�o continuar a apostar todas as suas fichas nas elei��es legislativas. � nas c�maras municipais onde prometem voltar a ocupar mais cadeiras, desbancando a representa��o dos grandes partidos.