Bras�lia, 15 - A nova estrat�gia de atua��o do PSDB na C�mara n�o foi bem recebida por outros partidos da oposi��o na Casa. Demonstrando inc�modo, l�deres oposicionistas criticaram nesta segunda-feira, 15, a sinaliza��o de apoio a reformas estruturantes, como a da Previd�ncia Social, que tucanos v�m dando ao governo desde a semana passada.
"O governo do PT n�o merece qualquer condescend�ncia, porque eles imaginam a economia de uma forma completamente distinta do que s�o os fundamentos da economia", reagiu o l�der do DEM na C�mara, Paudernei Avelino (AM). "N�o vamos concordar com qualquer proposta de arrocho � popula��o por parte desse governo", emendou.
Para Avelino, mesmo que o governo Dilma Rousseff tenha a inten��o, ele n�o tem condi��es pol�ticas de propor reformas estruturantes, como a da Previd�ncia Social. "Primeiro acho que n�o vem proposta. Segundo, � preciso ter um governo forte politicamente para isso, e ela n�o tem", afirmou o democrata.
O l�der conta que s� soube da nova estrat�gia do PSDB pela mat�ria publicada pelo
Broadcast Pol�tico
, servi�o de not�cias em tempo real da Ag�ncia Estado. A partir da�, ele decidiu chamar os l�deres do PSDB, PPS e Solidariedade para uma reuni�o nesta ter�a-feira, para discutir o assunto. "N�o quero fazer discurso de bom mo�o, porque o PT, o Lula e a Dilma n�o s�o bons mo�os", disse.
Solidariedade
"� um erro do PSDB falar que vai apoiar reformas que tiram direito do trabalhador, principalmente a da Previd�ncia", criticou o l�der do Solidariedade e presidente da For�a Sindical, Paulo Pereira da Silva (SP). Ele disse que j� mandou mensagem para o l�der do PSDB, Ant�nio Imbassahy (BA), criticando a estrat�gia. "Com essa postura, n�o tem como trabalharmos juntos", disse Paulinho.
No PPS, o tom utilizado foi mais moderado. O vice-l�der da sigla na C�mara, Arnaldo Jordy (PA), ponderou que o PPS respeita a soberania partid�ria do PSDB, mas cobrou que os tucanos esclare�am a estrat�gia. "Que reformas eles pretendem apoiar? Quais s�o as propostas est�o dispostos a discutir?", questionou o deputado paraense.
Precipita��o
Deputados do PSDB reconheceram, em reservado, que o partido pode ter se precipitado ao n�o comunicar previamente �s outras legendas da oposi��o sua nova estrat�gia na C�mara. "Talvez tenha sido precipitada a divulga��o. Como � uma coisa confusa, talvez devesse ter sido precedida de uma conversa preliminar", diz um deputado do PSDB.
Embora n�o estejam dispostos a abrir m�o do novo posicionamento, os tucanos apostam no di�logo para tentar solucionar o impasse. "Cada partido tem a sua linha program�tica e autonomia para propor. Mas temos uma excelente rela��o com os partidos da oposi��o e vamos debater esse e outros assuntos que v�o dominar a pauta nacional na reuni�o de amanh�", disse o l�der do PSDB na C�mara.
O deputado Bruno Ara�jo (PSDB-PE) foi na mesma linha de Imbassahy. "O DEM � fundamental na oposi��o. Conversando se chega a um entendimento", afirmou o parlamentar. O deputado afirma que a sinaliza��o do PSDB de apoio �s reformas estruturantes n�o significa que a sigla esteja "se jogando no colo de um governo falido".
Estrat�gia
Como mostrou o
Broadcast Pol�tico
na �ltima quinta-feira, 11, com discurso de que a crise econ�mica � grave e, por isso, n�o pode se transformar em luta pol�tica, a bancada do PSDB decidiu afastar a linha do "quanto pior, melhor" e apoiar o governo em algumas das chamadas reformas estruturantes na economia.
Parlamentares tucanos ponderaram contudo que a ades�o est� condicionada ao apoio a essas reformas de partidos da base aliada, principalmente do PT, e n�o se estende a medidas de aumento da carga tribut�ria, como a Proposta de Emenda � Constitui��o (PEC) que recria a CPMF.