Bras�lia, 16 - Empossado como presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no in�cio do m�s, Claudio Lamachia admitiu nesta ter�a-feira, 16, que o Conselho Federal da entidade est� dividido sobre o parecer a respeito do impeachment da presidente Dilma Rousseff, mas sinalizou que o �rg�o ir� emitir uma opini�o ap�s discutir "novos elementos" obtidos no �mbito de investiga��es criminais.
"O Brasil est� hoje absolutamente dividido. Ali�s estamos vivendo um momento em que em determinadas circunst�ncias voc� v� �dio puro. (...) � mais do que normal termos um grupo com 81 conselheiros federais que, numa situa��o como essa, de complexidade de interpreta��o jur�dica, tamb�m esteja dividido e precise de um determinado tempo para formar sua convic��o", disse Lamachia, em conversa com jornalistas.
Em novembro do ano passado, uma comiss�o especial formada na OAB para analisar o cabimento do impeachment da presidente recomendou que a entidade n�o endossasse o pedido de afastamento de Dilma por causa da an�lise das contas feitas pelo Tribunal de Contas da Uni�o (TCU). A vota��o na comiss�o do impeachment foi decidida por tr�s votos a dois, com entendimento predominante de que as chamadas "pedaladas fiscais" - atrasos nos repasses de recursos do Tesouro - ocorreram em mandato anterior ao atual.
O tema foi levado ao plen�rio do Conselho Federal da entidade, composto por 81 membros, que decidiu incluir na discuss�o dados referentes �s investiga��es da Opera��o Lava Jato e adiou a conclus�o do debate.
"Claro que, num determinado momento, esta comiss�o esteve dividida. E foi dividida mesmo. Na medida em que n�o chega a uma conclus�o que seja forte para que o pleno possa apreciar tudo, o que � melhor fazer? Ampliar-se o espectro", defendeu Lamachia.
O presidente da OAB evitou estimar uma data para o posicionamento final da entidade sobre o assunto. "Os fatos est�o se sucedendo. Voc�s devem saber que nos pr�ximos dias devemos ter algumas outras not�cias em fun��o dessas dela��es premiadas", afirmou o novo dirigente nacional da entidade.
O processo de impeachment da presidente, aberto em 2 de dezembro do ano passado, foi suspenso at� decis�o do Supremo Tribunal Federal (STF) que regulamentou o rito do procedimento. Agora, o presidente da C�mara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), aguarda julgamento de recurso apresentado ao STF com questionamentos � decis�o para dar andamento ao pedido de afastamento da presidente.