(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Em meio a crise na sa�de, Dilma manda ministro deixar cargo para eleger aliado do governo

Dilma exonera ministro Marcelo Castro por um dia para que ele vote pela recondu��o de Leonardo Picciani � lideran�a do PMDB para fazer frente ao poder do presidente da C�mara


postado em 18/02/2016 06:00 / atualizado em 18/02/2016 07:37

O deputado Leonardo Picciani (E) é cumprimentado por Eduardo Cunha depois de vencer a disputa pela liderança do PMDB na Câmara (foto: (FÁBIO RODRIGUES POZZEBOM/AGÊNCIABRASIL)
O deputado Leonardo Picciani (E) � cumprimentado por Eduardo Cunha depois de vencer a disputa pela lideran�a do PMDB na C�mara (foto: (F�BIO RODRIGUES POZZEBOM/AG�NCIABRASIL)
No dia em que foram confirmados 508 casos de microcefalia, 27 mortes pela doen�a e outros 5.280 sob investiga��o, o Brasil ficou sem ministro da Sa�de. Para assegurar a reelei��o do deputado federal Leonardo Picciani (RJ) na lideran�a da bancada do PMDB na C�mara, Marcelo Castro se licenciou do cargo e assumiu a cadeira no Legislativo. A estrat�gia surtiu efeito: o Pal�cio do Planalto saiu vitorioso ao reeleger Picciani em detrimento de Hugo Motta (PB) por 37 votos a 30, e dois em branco. Por mais 12 meses, o governo ter� um aliado no comando do bloco – que ser� fundamental no processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) e na tramita��o de projetos de interesse do Executivo.

A estrat�gia do governo em plena crise envolvendo o Aedes aegypti e o placar apertado mostram uma divis�o interna da bancada do PMDB, com uma ala pr�-Dilma e outra favor�vel ao afastamento da petista. Os desafetos s�o liderados pelo presidente da Casa, Eduardo Cunha (PT), que autorizou a abertura do processo de impeachment. Ao ser reconduzido ao cargo, Picciani ressaltou a import�ncia da uni�o do partido: “A vit�ria � de toda a bancada do PMDB, que caminhar� junta”.

Ao chegar ao plen�rio Marcelo Castro foi recebido por um protesto com pap�is estampados com o mosquito. O ato foi organizado pelo Solidariedade, partido aliado de Eduardo Cunha e presidido por Paulo Pereira da Silva (SP), o Paulinho da For�a. Alguns manifestantes usavam m�scaras e fantasias do Aedes aegypti e levavam na m�o raquetes de mata-mosquito.

Para ajudar na reelei��o de Picciani, os deputados Marco Ant�nio Cabral e Pedro Paulo deixaram cargos de secret�rios do governo do Rio de Janeiro e reassumiram o mandato. A vota��o foi secreta. O interesse do governo em vencer a disputa tem motivo: caber� aos l�deres de cada bancada indicar os integrantes da comiss�o especial que analisar� o impeachment. O grupo ter� 65 representantes, de acordo com o tamanho da bancada. Por ser a maior da Casa, ao PMDB caber� oito cadeiras. A reelei��o de Picciani mostra ainda que Cunha est� perdendo influ�ncia sobre seu partido. Nos �ltimos dois anos – o primeiro como l�der do PMDB e o segundo no comando da C�mara – ele imp�s importantes derrotas do governo na vota��o de projetos de seu interesse. Mas vem perdendo for�a diante do agravamento das den�ncias contra ele na Opera��o Lava-Jato. Picciani tinha uma postura mais cr�tica em rela��o a Dilma e inclusive anunciou ter votado no senador A�cio Neves (PSDB) nas elei��es de 2014, mas no ano passado se aproximou do governo ao indicar dois ministros.

Ao apresentar nomes menos cr�ticos a Dilma, Picciani causou descontentamento em parte do PMDB. A ala rebelde montou uma segunda chapa com a participa��o da oposi��o e venceu em plen�rio. No entanto, a pol�mica foi parar no Supremo Tribunal Federal (STF), que anulou a vota��o. Na ocasi�o, Picciani chegou a ser destitu�do do posto por oito dias, em uma articula��o encabe�ada por Temer e Cunha. No lugar, assumiu o mineiro Leonardo Quint�o. Mas com o apoio da maioria, foi reconduzido e reeleito ontem.

Antes da vota��o de ontem, Cunha questionou a legitimidade de Newton Cardoso Junior, vice-l�der do partido, para conduzir a vota��o. Newton � aliado de Picciani e tem voto declarado no deputado. Segundo participantes da sess�o, Cunha foi contraditado pelo ministro Marcelo Castro. “N�o vejo problema, presidente. Quando da sua reelei��o para a lideran�a, eu era seu vice-l�der e conduzi o processo”, respondeu Castro. Houve sorteio para ver qual dos inscritos falaria primeiro. O deputado Hugo Motta, advers�rio de Picciani, foi o primeiro a falar. Ele lamentou a divis�o da bancada e elogiou o presidente da C�mara. Disse que Picciani, ap�s um ano na lideran�a, n�o conseguiu apoio de dois ter�os da bancada e que n�o soube entender as diferen�as entre os seus pares. (Com ag�ncias)

Conselho recorre ao STF

O presidente do Conselho de �tica da C�mara dos Deputados, Jos� Carlos Ara�jo (PSD-BA), anunciou que entrar� com mandado de seguran�a no Supremo Tribunal Federal (STF) para garantir o funcionamento de forma aut�noma e independente do grupo no processo disciplinar contra o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O recurso deve ser impetrado hoje. Ara�jo reclamou que decis�es da Mesa Diretora, mais especificamente do vice-presidente Waldir Maranh�o (PP-MA), em favor do peemedebista, interferiram no andamento do processo por quebra de decoro parlamentar. O presidente do conselho disse que o objetivo � “prevenir arbitrariedades”. O conselho concedeu vistas e adiou mais uma vez a aprecia��o do parecer contra Cunha. Ontem, o ministro do STF Lu�s Roberto Barroso negou pedido de Cunha para suspender seu processo de cassa��o no conselho. Cunha havia recorrido pela concess�o de uma medida liminar (provis�ria) para interromper a tramita��o do processo at� que fosse apreciado, na Comiss�o de Constitui��o e Justi�a da C�mara, um recurso que levaria o caso � fase inicial.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)