
O l�der do PMDB na C�mara, Leonardo Picciani (RJ), afirmou nesta quinta-feira que sua rela��o com o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), � hoje apenas "protocolar". Em entrevista ao Broadcast, servi�o em tempo real da Ag�ncia Estado, Picciani defendeu o direito de defesa de todos os pol�ticos envolvidos em esc�ndalos, como Cunha, mas pregou que, se culpados, devem ser punidos.
"Evidentemente viemos de uma disputa (pela lideran�a do PMDB) em que ele trabalhou contra minha candidatura e a favor de Hugo Motta (PB). Minha rela��o com ele tem sido dentro da cordialidade que sempre tivemos, mas n�o tem sido uma rela��o pr�xima. Hoje � mais protocolar, embora n�o tenha sentimento de revanche e de antagonismo a ele", afirmou Picciani.
Para o l�der do PMDB, sua dist�ncia em rela��o a Cunha n�o deve atrapalhar a unifica��o do PMDB. "N�o acredito, porque n�o h� restri��o da bancada do PMDB ao presidente da C�mara", afirmou. Picciani avaliou que, hoje, as diverg�ncias internas da bancada s�o motivadas por "temas controversos", como CPMF, ajuste fiscal e impeachment.
Ele sinalizou, na entrevista, que vai orientar a bancada pela aprova��o da CPMF na Casa. "Minha opini�o � que CPMF seria o rem�dio adequado a ser aplicado neste momento", disse. "N�o tenho nenhuma paix�o pelo tema, se tiver outro caminho melhor. O problema � que n�o h�." Ele reconheceu, contudo, que a unidade da bancada sobre o tema � "improv�vel".
Sobre a reforma da Previd�ncia, o l�der disse que todos do PMDB concordam com a tese apresentada pelo governo at� agora. "� n�tido que precisamos de um ajustamento", disse. Ele defendeu, no entanto, que as propostas devem preservar os direitos adquiridos dos trabalhadores e criar uma regra de transi��o para os que est�o no mercado de trabalho atualmente.
Para Picciani, o desembarque de seu partido do governo n�o "ganhar� corpo" na conven��o nacional da legenda prevista para mar�o. Ele acredita que, mesmo diante do enfraquecimento do governo e do desgaste do PT, a perman�ncia n�o deve prejudicar a sigla neste ano eleitoral, pois a popula��o compreende que o PMDB tem compromisso com a governabilidade.
"Creio que a conven��o ter� sua din�mica e esse tema n�o ganhar� corpo na conven��o. Noto setores amplos do partido fora do debate e n�o dever�o levar essa discuss�o a efeito", afirmou. "A popula��o conhece o papel do PMDB, o PMDB tem compromisso com governabilidade", disse, complementando que a instabilidade pol�tica causa muito preju�zo ao Pa�s.
Impeachment
Picciani reafirmou seu compromisso de dividir as oito vagas a que o partido tem direito na comiss�o especial do impeachment na C�mara entre as alas da bancada, de forma proporcional. Pelos c�lculos dele, dos cerca de 70 deputados do PMDB, de 20% a 25% s�o pr�-impeachment, de 25% a 30% s�o "declaradamente contr�rios" e outros de 45% a 50% ainda "indefinidos".