O ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva afirmou a um grupo de senadores do partido nesta quinta-feira, 18, que esclarecer� todos os questionamentos que tem sido alvo nas seis frentes apura��es que o envolvem. "Voc�s podem ficar tranquilos: podem investigar o que quiserem que n�o v�o encontrar um ato il�cito cometido por mim", disse Lula no encontro realizado � tarde no Instituto Lula com a presen�a de 10 dos 12 integrantes da bancada - Walter Pinheiro (BA) e Paulo Paim (RS), que j� cogitaram deixar o partido, foram as duas aus�ncias.
Na reuni�o que durou cerca de tr�s horas, iniciada com um almo�o, conforme relatos, o ex-presidente n�o falou diretamente sobre a decis�o do Conselho Nacional do Minist�rio P�blico (CNMP) de suspender o depoimento que prestaria ao Minist�rio P�blico de S�o Paulo sobre o caso da suposta oculta��o da propriedade de um tr�plex no Guaruj�. Mas fechou com os senadores uma estrat�gia para amplificar sua defesa para as apura��es: o instituto vai abastecer os senadores com informa��es sobre as respostas dele, a fim de que possam ser usadas em entrevistas e no plen�rio da Casa.
Durante a conversa, apesar de ter mostrado indigna��o quando falou sobre as suspeitas que o envolvem, Lula mostrou-se sorridente e cobrou empenho dos senadores para defender o legado e as realiza��es do partido. A pedido do ex-presidente, o l�der do PT, Humberto Costa (PE), ficou de marcar para em breve uma rodada de conversas de Lula com as demais bancadas da base aliada no Senado.
Segundo o senador Paulo Rocha (PA), que foi um dos organizadores do encontro, Lula puxou o assunto dos 'ataques' que vem sofrendo. "Ele disse que est� tranquilo, preparado, que tem documentos pra provar que n�o tinha nada de errado com o uso do s�tio", relatou Rocha ao Broadcast Pol�tico, servi�o em tempo real da Ag�ncia Estado.
O s�tio na cidade de Atibaia � propriedade de Jonas Suassuna e Fernando Bittar, s�cios do filho mais velho de Lula, Fabio Luiz Lula da Silva, o Lulinha. A Lava Jato investiga se empreiteiras implicadas no esquema de corrup��o na Petrobras bancaram uma reforma na propriedade como uma troca de favores com o ex-presidente. O PT afirma que Lula � v�tima de persegui��o pol�tica. "� um processo de politiza��o da justi�a, de criminaliza��o, que j� vimos em v�rios momentos da hist�ria, quando h� uma disputa polarizada do poder", afirmou o senador.
Ousadia na economia
O ex-presidente falou tamb�m sobre os desafios para sair das dificuldades e recuperar a economia brasileira, com o retorno do emprego e da renda do trabalhador. Ele elogiou a escolha de Nelson Barbosa para o Minist�rio da Fazenda, mas disse que ele poderia ser mais audacioso na economia. Citou especificamente que o ministro deveria aumentar a oferta de cr�dito dos bancos p�blicos para os brasileiros. Lula avaliou que, depois que Barbosa entrou no governo, est� "menos ousado".
De acordo com Paulo Rocha, os senadores e Lula conversaram sobre a conjuntura, mas sem tirar nenhum direcionamento para vota��es, pois isso cabe �s inst�ncias partid�rias - o PT tem reuni�o do diret�rio nacional no Rio na semana que vem. Sobre a reforma da Previd�ncia, Paulo Rocha repetiu o posicionamento da base petista. "Sabemos que a Previd�ncia tem que estar em constante aten��o de todo governo, por quest�o de sustentabilidade das contas p�blicas, mas a vis�o hoje no PT � de que h� outras medidas que podem ser tomadas antes que a reforma da Previd�ncia para resolver a quest�o fiscal."
V�deo
Num clima descontra�do, os senadores petistas participaram da grava��o de um v�deo com o ex-presidente. "A bancada de senadoras e senadores do PT est� trazendo aqui o abra�o afetuoso para o presidente Lula em nome da milit�ncia do PT de todo o Brasil", disse a senadora F�tima Bezerra (RN) na mensagem, sob aplausos.
"Nosso objetivo era levar a nossa solidariedade pol�tica e pessoal a esse cerco montado a Lula", disse Humberto Costa, ao destacar ter confian�a completa na lisura e na honestidade a ele. Para F�tima Bezerra, o ex-presidente, apesar da "persegui��o implac�vel" que � alvo, est� de cabe�a erguida e tem plena consci�ncia da lideran�a que exerceu e exerce no Pa�s. "Fomos fazer um ato de companheirismo e solidariedade a Lula, por todas as pol�ticas que implementou, pelo legado que deixou ao Pa�s", completou Paulo Rocha.