S�o Paulo, 22 - O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso classificou nesta segunda-feira (22) como "inven��o" a den�ncia da jornalista Miriam Dutra de que ele teria usado a empresa Brasif Exporta��o e Importa��o para enviar remessas de dinheiro para ela entre 2002 e 2006.
"N�o h� den�ncia nenhuma. A pr�pria empresa diz que n�o � verdade. Isso n�o existe, � inven��o. Essas coisas s�o menores. Estou preocupado com o Brasil. N�o tenho nada o que temer ou esconder", disse FHC.
As declara��es foram feitas em uma entrevista concedida na sa�da de um evento da pr�-campanha do vereador Andrea Matarazzo, que disputa a vaga de candidato do PSDB � Prefeitura de S�o Paulo.
O evento foi sua primeira apari��o p�blica desde que a jornalista, com que ele manteve um relacionamento extraconjugal nos anos 80 e 90, concedeu uma entrevista ao jornal "Folha de S.Paulo" na semana passada na qual afirmou ter assinado um contrato fict�cio de trabalho com a Brasif. A empresa, que foi concession�ria das lojas duty free nos aeroportos brasileiros, nega que FHC tenha influenciado na decis�o de contratar Miriam Dutra.
Diante da insist�ncia dos rep�rteres com o tema, o tucano afirmou que o assunto � "privado", "O que pertence ao �mbito privado n�o � p�blico".
Discurso - O ex-presidente tamb�m comentou o decreto de pris�o tempor�ria do marqueteiro Jo�o Santana, que fez as campanhas presidenciais de Dilma Rousseff e Luiz In�cio Lula da Silva. "N�o sei o grau de extens�o e se isso atinge ou n�o a campanha da presidente Dilma. Se alcan�ar, doa a quem doer". Questionado se a nova fase da Opera��o Lava Jato refor�a a tese do PSDB no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que pede a cassa��o da chapa Dilma-Temer por abuso de poder pol�tico e econ�mico, FHC foi cauteloso. "Sou prudente. Nunca avan�o o sinal quando as pessoas est�o sendo acusadas. Vamos ver o que tem".
Em um discurso inflamado no evento de Matarazzo, o ex-presidente instou os tucanos a "reconstruir" a pol�tica. "Vamos ter outra vez que construir um pa�s decente. Precisamos de uma reconstru��o moral que n�o se separa da reconstru��o pol�tica. Quase tudo o que constru�mos est� sendo destru�do por incompet�ncia e corrup��o ". (Pedro Venceslau e Ana Fernandes)