Em almo�o com Dilma no Alvorada, PTB prop�e novo imposto

Bras�lia, 23 - A presidente Dilma Rousseff inaugurou com um almo�o com a bancada do PTB, nesta ter�a-feira, 23, no Pal�cio da Alvorada, uma s�rie de reuni�es de aproxima��o pol�tica que pretende fazer, a partir de agora, com os 14 partidos da base aliada. Ao sair do almo�o, o l�der do PTB, deputado Jovair Arantes (GO), disse que o partido entregou para a presidente Dilma uma proposta de cria��o do imposto social sobre movimenta��o financeira, que substituiria a futura CPMF e que englobaria tamb�m o IOF, CSLL e Cofins. A arrecada��o seria distribu�da 50% para a Uni�o e 50% divididos entre Estados e munic�pios.

A presidente Dilma prometeu estudar a proposta, mas n�o deixou de fazer a defesa da CPMF e de outras medidas do ajuste fiscal que considera "fundamentais" para levar adiante o equil�brio das contas do governo. Na pr�xima quinta-feira, 25, o PTB volta a se reunir com o governo, agora com o ministro da Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini, no Planalto, para discutir os termos da proposta e lev�-la � equipe econ�mica.

"A presidente tem dito que, se houver proposta melhor que a CPMF, que apresente, e n�s apresentamos. Ela ficou de estudar e vai nos chamar para uma conversa na quinta", contou o l�der, ao acrescentar que "a presidente quer jogar todas as suas fichas no projeto de recupera��o do Brasil" e que defendeu a reforma da Previd�ncia.

O deputado Ronaldo Nogueira, que elaborou a proposta encampada pela bancada, explicou que este novo imposto desonera a produ��o e a folha de pagamentos e a forma de arrecada��o seria nos mesmos moldes da CPMF. Pelas contas do deputado, como ir� aumentar o n�mero de pessoas que pagar�o impostos, o governo deve arrecadar cerca de 30% a mais, pelo menos. "N�o vai ter mais sonega��o e vai ter muito mais gente pagando impostos", avisou Nogueira.

No almo�o, onde foi servido peixe, risoto de am�ndoas e saladas com folhas colhidas no pomar do Alvorada, a presidente come�ou sua fala lembrando a sua origem no PTB, a sa�da para o PDT, acompanhando o ex-governador Leonel Brizola, e s� depois seguiu para o PT. "O DNA dela � trabalhista", comentou o deputado Ronaldo Nogueira, ao lembrar que foi uma reuni�o "informal, muito mais de aproxima��o" e que a presidente foi "muito sol�cita". "Ela tentou conquistar. Foi humilde e muito amig�vel e pediu nosso apoio e colabora��o para ajudar o Pa�s voltar a crescer, se n�o este ano, no ano que vem", emendou o deputado Nelson Marquezelli (SP).

J� o l�der Jovair Arantes disse que a presidente pediu comprometimento de todos para a aprova��o de medidas que ajudem a fazer o Pa�s crescer e tir�-lo da crise econ�mica, justificando que as ra�zes dessa crise s�o internacionais.

Na reuni�o, a presidente falou da sua preocupa��o com o n�vel de endividamento dos Estados e munic�pios e prometeu alongamento do pagamento das d�vidas para diminuir as parcelas a serem pagas. Mas Dilma avisou tamb�m que � preciso haver uma contrapartida destes entes federativos. De acordo com um dos deputados presentes, a presidente Dilma citou que o governo prop�e reduzir o desembolso dos Estados e munic�pios desde que eles "fa�am o dever de casa", citando como exemplos o estabelecimento de teto com gastos de pessoal e previd�ncia.

Dilma pediu ainda o fim da guerra fiscal. "Tem de terminar com a guerra fiscal. O Brasil tem de crescer harm�nico, sem a��o predat�ria de um ente federativo com outro", declarou outro parlamentar.

Como o PTB � um partido que se diz independente do governo, embora muitos parlamentares votem com o Planalto, a presidente afirmou que compreendia a posi��o de alguns deputados, mas pediu "unidade", "apoio" e "aproxima��o com o governo para poder aprovar medidas importantes e vencer este dif�cil momento econ�mico". "Compreendo a posi��o do partido mas preciso do PTB para promover as reformas", apelou a presidente.

Dezenove dos 24 deputados petebistas da bancada foram ao almo�o no Alvorada. Um dos ausentes, Arnaldo Faria de S� (SP) disse ao Broadcast, servi�o em tempo real da Ag�ncia Estado, que foi "insistentemente convidado", mas n�o quis comparecer porque � contra esse governo e a reforma da Previd�ncia que a gest�o petista quer fazer. "Seria muito hip�crita estar presente", afirmou o parlamentar, ao condenar a aproxima��o do partido com o governo.

Ap�s o almo�o, a presidente Dilma Rousseff cancelou o jantar que ofereceria � noite para parlamentares do PDT no Pal�cio da Alvorada. O encontro n�o constava na agenda oficial, mas tinha sido confirmado por interlocutores de Dilma.