Os depoimentos do marqueteiro do PT Jo�o Santana e da mulher e s�cia, M�nica Moura, para a Pol�cia Federal come�am �s 14h30 desta quarta-feira, 24, em Curitiba. Os dois est�o presos desde ontem, alvos da Opera��o Acaraj� - 23ª fase da Lava Jato -, que mira o recebimento de propina, fruto da corrup��o na Petrobras, e a lavagem de dinheiro por meio de contas secretas e operadores financeiros.
A for�a-tarefa da Lava Jato considera ter reunido "contundentes" elementos que apontam para o recebimento irregular de US$ 7,5 milh�es do casal de marqueteiros do PT. Os pagamentos teriam sido feitos entre 2012 e 2014 pela Odebrecht, acusada de ser uma das l�deres do cartel que fatiava obras na Petrobras, e pelo operador de propinas Zwi Skornicki, lobista do estaleiro Keppel Fels.
Nos depoimentos, na sede da Superintend�ncia da Pol�cia Federal, em Curitiba, os delegados v�o querer saber dos crimes de lavagem de dinheiro e oculta��o patrimonial supostamente praticados pelo casal.
"N�o estamos apurando crime eleitoral, nosso interesse � o suposto crime de lavagem de dinheiro", afirmou o delegado Filipe Hille Pace. Desde 2014, a Lava Jato mira o uso de doa��es a partidos e campanhas como forma de oculta��o de propina do esquema de fatiamento pol�tico da Petrobras entre PT, PMDB e PP. Desde o in�cio do m�s, os documentos e provas da Lava Jato passaram a ser compartilhados com o Tribunal Superior Eleitoral - que analisar� a quest�o sob o foco de crime eleitoral.
A evolu��o patrimonial do casal e os recebimentos no Brasil tamb�m s�o alvo das apura��es, para averiguar oculta��o de bens, como o apartamento de R$ 3 milh�es bloqueado pela Justi�a e lavagem de dinheiro. O patrim�nio de Jo�o Santana e M�nica saltou de R$ 1 milh�o, em 2004, para R$ 70 milh�es, em 2014.
"Embora n�o existam ind�cios de que esses valores, recebidos no Brasil e declarados �s autoridades fiscais, sejam il�citos, h� fort�ssimas suspeitas de que os valores recebidos pelos representados Jo�o Santana e M�nica Moura no exterior, de forma subrept�cia e dissimulada, sejam provenientes do esquema de corrup��o e lavagem de dinheiro perpetrado no seio e em desfavor da Petrobras e estejam vinculados � presta��o dos referidos servi�os ao Partido dos Trabalhadores - PT", escreveram os procuradores da for�a-tarefa da Lava Jato, no pedido de pris�o dos marqueteiros.