S�o Paulo, 25 - Na reta final das pr�vias do PSDB que definir�o o candidato do partido � Prefeitura de S�o Paulo, aliados do vereador Andrea Matarazzo e do empres�rio Jo�o Doria est�o promovendo uma disputa subterr�nea com den�ncias que v�o do uso m�quina at� a coopta��o de apoio de pol�tico mediante compensa��o financeira.
Aliado de Matarazzo, o vereador tucano Adolfo Quintas conta que estava em um sal�o de barbeiro em Ermelino Matarazzo, na Zona Leste, quando encontrou o militante Gutemberg Torquato Pereira, que � correligion�rio de Doria, e fez uma provoca��o. "No dia 28 (data do primeiro turno da elei��o) voc� n�o ganha mais nada dele".
O aliado do empres�rio, que pela primeira vez tenta ser candidato a um cargo eletivo, teria respondido que, caso o pagamento n�o sa�sse, Doria n�o receberia os votos da regi�o. "Se n�o sair o segundo pagamento no dia 27 (amanh�), ningu�m vota. O homem (Doria) tem muito dinheiro, precisa gastar".
O di�logo relatado pelo parlamentar tucano foi gravado com um microfone escondido e logo passou a circular nos canais de debate virtuais da legenda. "N�o fui eu quem gravou e n�o sei quem foi. Mas existem quatro ou cinco grava��es como essa circulando no partido. O Doria est� pagando para um monte de gente que nem � filiada ao PSDB", diz Adolfo Quintas.
Procurado pela reportagem, Gutemberg afirma n�o ter recebido nada de Doria e que grava��o � uma "montagem".
"Eu n�o estou ganhando nada. Isso � tudo montagem. Est� todo mundo desesperado". A assessoria de Doria, por sua vez, afirma que a pr�-campanha � formada apenas por volunt�rios, mas reconhece que paga uma ajuda de custo. "Logicamente a campanha reembolsa as despesas de transporte e alimenta��o dos colaboradores", afirma a assessoria.
Tom de brincadeira
Aliado de Doria, o vice presidente do PSDB paulista, Evandro Losacco, afirma que pedir� que o partido na capital instaure uma comiss�o de �tica para investigar a conduta de Rodolpho Barbosa, presidente da Juventude do PSDB na capital e assessor de Matarazzo na C�mara Municipal. Ele teria feito uma grava��o clandestina de uma conversa com o militante Anderson Silva Carvalho, conhecido como Celebridade, que apoia Doria.
"Ficamos sabendo que o Rodolpho ligou na madrugada de carnaval para o Celebridade, que � seu amigo. Em um momento de relaxamento ele falou coisas que n�o procedem e inventou hist�rias. Foi uma arma��o", diz Losacco. Reportagem publicada ontem no jornal Folha de S.Paulo mostra um di�logo no qual Celebridade diz a um interlocutor n�o identificado que "ningu�m quer 'trampar' de gra�a" para Jo�o Doria.
"Era 1hs30 da madrugada do carnaval e eu tinha tomado uma cervejinha. Falei em tom de brincadeira porque somos amigos. Quer dizer, �ramos", disse Carvalho. O assessor de Matarazzo nega. "N�o fiz grava��o nenhuma. Isso � mentira", afirma.
Dupla jornada
Em outra frente, aliados de Doria acusam Rodolpho de atuar em atividades de pr�-campanha no hor�rio de expediente. Ele aparece em fotos divulgadas nas redes sociais em atividades nos diret�rios do PSDB em dias de semana e em hor�rio de expediente.
O assessor alega que atuou apenas ap�s o expediente ou em seu hor�rio de almo�o. Recentemente Andrea exonerou quatro funcion�rios de seu gabinete para atuarem na pr�-campanha. Matarazzo e Doria concorrem com o deputado federal Ricardo Tripoli.
Estatuto
O processo de elei��o interna do PSDB paulistano que definir� o candidato da sigla na capital n�o conta com um estatuto claro. Dos tr�s postulantes, apenas o deputado Ricardo Tripoli revelou quanto gastou em sua pr�-campanha: R$ 50 mil.
Desse total, R$ 20 mil foram com a taxa de inscri��o exigida pelo diret�rio e R$ 30 mil, segundo ele, com materiais de campanha e outras despesas. O empres�rio Jo�o Doria e o vereador Andrea Matarazzo dizem que prestar�o contas ao partido depois do processo.
N�o h� um teto de gastos nem mecanismos de controle interno para evitar abuso do poder econ�mico. Os tr�s pr�-candidatos afirmam que seus correligion�rios s�o �militantes� do PSDB que est�o atuando voluntariamente. No partido ningu�m sabe ao certo quantos militantes est�o aptos a votar, j� que o cadastro atual, com 27 mil nomes, est� desatualizado. Se nenhum deles conseguir maioria no domingo, haver� 2� turno.
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'Guerra' subterr�nea marca reta final das pr�vias do PSDB
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