Ao mesmo tempo em que anuncia um corte no Or�amento e prepara uma proposta para limitar o crescimento do gasto p�blico, o governo prop�e ao Congresso Nacional reajustes salariais a mais de 40 categorias do funcionalismo, cujo impacto total chegar� a R$ 32,2 bilh�es em 2019. Os aumentos est�o em seis projetos de lei encaminhados pela presidente Dilma Rousseff no final de dezembro passado.
S� neste ano, os reajustes v�o custar R$ 4,2 bilh�es. O valor j� est� incorporado ao Or�amento. Em 2017, a fatura passa para R$ 19,8 bilh�es e, no ano seguinte, chegar� a R$ 26,1 bilh�es. Ao fim de 2019, o custo com o reajuste ser� de R$ 32,2 bilh�es. "A despesa de pessoal est� est�vel nos �ltimos anos em rela��o ao PIB", justificou o ministro do Planejamento, Valdir Sim�o.
Mas, na �rea econ�mica do governo, h� quem defenda uma revis�o desses planos salariais, apesar do risco de desgaste pol�tico com os sindicatos. Fontes admitem que, se o resultado fiscal piorar, o governo ter� de encarar o problema, se quiser tirar as contas p�blicas de uma trilha de deteriora��o. "O governo n�o pode conviver com d�ficits crescentes", comentou um t�cnico. "E precisa dar respostas no curto prazo."
N�o se trata, por�m, de uma tarefa f�cil. Mesmo sabendo que os aumentos salariais iriam na dire��o contr�ria do desejado, que � a conten��o do crescimento das despesas obrigat�rias do governo, o ent�o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, concordou com eles.
Pressionado pela m�quina, ele trabalhou para reduzir o preju�zo. Conseguiu, por exemplo, que os reajustes come�assem a vigorar em agosto deste ano, e n�o em janeiro, como estava originalmente previsto. Adiou o impacto, na esperan�a de que a arrecada��o melhore a partir do segundo semestre. Com isso, o incremento estimado em 2016 ficou em R$ 4,2 bilh�es, em vez dos R$ 8,9 bilh�es caso o reajuste fosse pago ao longo do ano inteiro.
O aumento dos gastos com a folha da Uni�o ser� maior do que os R$ 32,2 bilh�es, porque h� categorias que ainda est�o em negocia��o com o governo. � o caso dos auditores fiscais da Receita Federal. Na segunda-feira, eles devem receber uma proposta do governo, segundo informou o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais (Sindifisco).
No fim de dezembro, a categoria rejeitou uma proposta de reajuste de 27,9% parcelada em quatro anos, sendo 5,5% em 2016. Em quase um ano de negocia��o, os fiscais reduziram sua carga de trabalho a 30% do usual. O governo acredita que a proposta de fixa��o de um limite para o crescimento dos gastos vai ajudar a conter os aumentos salariais. Isso porque a discuss�o com os funcion�rios passar� a ter como refer�ncia um valor m�ximo fixado em lei. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.