PF diz que 'acaraj�' era senha para valores il�citos

Curitiba, 27 - Relat�rio da Pol�cia Federal indica que executivos ligados � empreiteira Odebrecht usavam em suas correspond�ncias a palavra 'acaraj�' como senha para entrega de valores supostamente il�citos.

O resgate de e-mails trocados entre alvos da 23.� etapa da Opera��o Lava Jato, deflagrada na �ltima segunda-feira, 22, mostra que esse tipo de expediente foi usado para blindar transa��es.

A alus�o ao famoso quitute baiano encontrada nos registros de conversas, deu nome � opera��o, chamada de Acaraj�, que culminou com a pris�o do publicit�rio Jo�o Santana e de sua mulher e s�cia, M�nica Moura, marqueteiros das campanhas presidenciais de Lula (2006), Dilma (2010 e 2014). Santana e M�nica, que estavam a trabalho na Rep�blica Dominicana, se entregaram � PF na ter�a-feira, 23, quando voltaram ao Brasil.

Segundo o relat�rio, quem providenciava os 'acaraj�s' era a secret�ria da Odebrecht Maria L�cia Guimar�es Tavares que, aponta a PF, operava contabilidade paralela da empreiteira.

"Tio Bel, voc� consegue me fazer chegar mais 50 acaraj�s na 4.� feira � tarde (por volta das 15hs) no escrit�rio da OOG, no Rio? Estou no M�xico, mas chego de volta na 4.� de manh�", solicitou Roberto Prisco Para�so Ramos a Hilberto Mascarenhas Alves da Silva Filho em mensagem do dia 27 de janeiro de 2014, �s 14h33.

Em outra mensagem, de 29 de outubro de 2013, Ramos havia feito solicita��o semelhante, usando o mesmo c�digo. "Meu Tio, Vou estar amanh� e depois em SP; ser� que dava para eu trazer uns 50 acaraj�s dos 500 que tenho com voc�? Ou posso comprar aqui mesmo, no Rio? Tem alguma bahiana (sic) de confian�a, aqui?"

Em uma das mensagens, a PF cita poss�vel refer�ncia ao presidente afastado da Odebrecht, Marcelo Bahia Odebrecht, preso pela for�a-tarefa da Lava Jato desde 19 de junho de 2015 em Curitiba, acusado de corrup��o, lavagem de dinheiro e organiza��o criminosa.

Por meio de nota, a Construtora Norberto Odebrecht diz que "n�o tem conhecimento da planilha apresentada pela autoridade policial e n�o tem como comentar a sua veracidade ou significado."

Sobre a pris�o de Santana e M�nica, a defesa do casal divulgou nota ontem em resposta � decis�o do juiz S�rgio Moro em prorrogar as pris�es tempor�rias por mais cinco dias. "Se o pr�prio Juiz concorda, em sua decis�o, que � prematura qualquer conclus�o sobre os fatos, deveria ter prevalecido a liberdade, como corol�rio do milenar princ�pio do 'In dubio pro reo', ou seja, "na d�vida, a favor do r�u. Assessoria de imprensa." As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.