Respons�vel pela defesa do presidente da C�mara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o advogado Antonio Fernando de Souza, pediu que a den�ncia oferecida pela Procuradoria-Geral da Rep�blica n�o seja aceita pelos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
Entre os argumentos usados por Fernando de Souza em sua sustenta��o no plen�rio da Corte est� o de que Cunha n�o conhecia nenhum dos delatores que o acusaram de receber propina de US$ 5 milh�es, em 2006 e 2007 - supostamente referentes a contratos de aluguel de navios-sonda da Petrobras.
A den�ncia da PGR contra Cunha se baseia nas dela��es premiadas do lobista Fernando Baiano Soares, do ex-consultor da Toyo Setal J�lio Camargo e do ex-diretor Internacional da Petrobras Nestor Cerver�.
Em sua sustenta��o, o procurador-geral da Rep�blica, Rodrigo Janot, pediu a condena��o do presidente da C�mara pelos crimes de corrup��o passiva e lavagem de dinheiro. Ele chamou o caso que envolve Cunha de "propinol�ndia" e disse que uma das pr�ticas para �xito na pol�tica � a "capacidade de se envergonhar".
J� o advogado da ex-deputada Solange Almeida (PMDB-RJ), Cl�udio Oraindi, foi enf�tico ao afirmar que ela n�o foi beneficiada pelo esquema de corrup��o da Petrobras. A defesa tamb�m pediu a rejei��o da den�ncia e sustentou que a ex-parlamentar n�o � "autora intelectual" dos requerimentos apresentados a uma comiss�o da C�mara com o objetivo de beneficiar Cunha no pagamento de propinas desviadas pelo esquema.
"Presenciei a manifesta��o do Minist�rio P�blico e nenhuma vez escutei e t�o pouco li qualquer vantagem oferecida ou recebida por ela. N�o � dito que ela recebeu, que ela aceitou e n�o se diz que ela n�o recebeu um vint�m nessa hist�ria toda a�", afirmou Oraindi.
De acordo com ele, os requerimentos apresentados por ela n�o indicam que ela tenha sido beneficiada. Oraindi afirmou ainda que, embora Cunha possa ter pedido para Solange apresentar os requerimentos para benefici�-lo pressionando operadores do esquema de corrup��o a efetuar pagamentos de propina, ela n�o confirma qualquer pedido. "A den�ncia n�o tem nenhuma prova clara sobre isso", contesta.