Relator pede arquivamento de a��o contra Jean Wyllys, mas vota��o � adiada

Bras�lia, 02, 02 - Um dia ap�s dar prosseguimento ao processo por quebra de decoro parlamentar contra o presidente da C�mara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o Conselho de �tica voltou a se reunir nesta quarta-feira, 2, para analisar a a��o disciplinar contra o deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ). Um pedido de vista do deputado Ricardo Izar (PSD-SP) impediu a vota��o do parecer do deputado Nelson Marchezan J�nior (PSDB-RS).

O relator apresentou um parecer pr�vio contra a admissibilidade da a��o proposta pelo PSD. "Reputar como incompat�veis com o decoro parlamentar as atitudes do deputado Jean Wyllys inviabilizaria o exerc�cio independente do mandato representativo, bem como provocaria o esvaziamento do instituto da imunidade parlamentar", diz o parecer do tucano. O pedido de vista � v�lido por dois dias �teis, portanto o caso deve voltar � an�lise do colegiado na pr�xima ter�a-feira, 8.

Marchezan argumentou que as palavras de um parlamentar n�o podem ser censuradas e que � preciso ter parcim�nia na decis�o de punir um deputado por palavras proferidas na Casa. "� um desaforo censurar um parlamentar", respondeu o relator aos parlamentares que defenderam a puni��o de Wyllys.

O PSD encaminhou o pedido de abertura de processo disciplinar contra Wyllys ap�s uma discuss�o em plen�rio. Na sess�o plen�ria do dia 28 de outubro do ano passado, o deputado Jo�o Rodrigues (PSD-SC) alegou que o colega do PSOL o teria ofendido, acusando-o de roubar dinheiro p�blico.

Rodrigues e Wyllys trocaram acusa��es no plen�rio ap�s o deputado do PSD subir na tribuna para defender o projeto que muda o Estatuto do Desarmamento.

"A sua vida pregressa eu n�o conhe�o. A sua experi�ncia pol�tica eu sei. Tenho sete mandatos, fui tr�s vezes prefeito. E tive a honra de ser o segundo deputado mais votado na hist�ria de Santa Catarina. Posso at� ser criticado, mas vindo do senhor � elogio. Um parlamentar que defende perd�o para drogas, que defende que adolescente pode trocar de sexo, mesmo sem autoriza��o dos pais. Isso n�o � deputado, � a esc�ria deste Pa�s, mas ocupa lugar como deputado", disse Rodrigues, que alegou ter se retratado em plen�rio e retirado suas palavras por achar o tom ofensivo.

Na sequ�ncia da discuss�o, Wyllys lembrou que o parlamentar do PSD foi flagrado assistindo a um filme pornogr�fico no plen�rio. "Homens decentes n�o assistem a v�deo porn� em plena sess�o plen�ria. Homens decentes n�o s�o condenados por improbidade administrativa por roubar dinheiro p�blico, como o deputado foi. Portanto, quem n�o tem moral para representar o povo brasileiro � ladr�o. Eu vou dizer uma coisa: qualquer programa de televis�o � mais decente do quem rouba dinheiro do povo na sua administra��o p�blica. Qualquer programa de televis�o � mais decente que deputado em vez de honrar o voto e o dinheiro p�blico fica usando a sess�o plen�ria para assistir filme porn�", disse Wyllys, para emendar: "Resta saber se seu v�deo porn� era h�tero ou homossexual".