
A Pol�cia Federal pediu nesta quinta-feira ao juiz S�rgio Moro que decrete a pris�o preventiva do publicit�rio Jo�o Santana e de sua mulher e s�cia Monica Moura, ex-marqueteiros de Lula e Dilma nas campanhas de 2006, 2010 e 2014.
Alvo da Opera��o Acaraj�, o casal foi preso na quarta-feira, dia 24 de fevereiro, por suspeita de corrup��o, lavagem de dinheiro e evas�o de divisas. Inicialmente, Moro imp�s a Santana e a Monica regime tempor�rio por cinco dias, prorrogado por mais cinco na sexta-feira, 26. Ao pedir convers�o para regime preventivo - sem prazo para terminar - a PF alegou "n�o restar d�vidas" que a sigla "Feira" � uma refer�ncia para o casal.
Os investigadores citam um laudo grafot�cnico apontando que bilhetes encontrados na resid�ncia de Maria L�cia Tavares, secret�ria de executivos da Odebrecht, com o termo "Feira" e v�rios telefones do casal e men��es a hor�rios foram redigidos por M�nica Moura.
Maria L�cia era a suposta controladora de repasses il�citos da empreiteira para o casal de marqueteiros. A palavra "acaraj�" era a senha para as transfer�ncias. "H� fortes ind�cios aqui de trinta e nove opera��es de pagamentos em esp�cie dos 'acaraj�s'! Ademais, a utiliza��o de codinomes e entregas cifradas n�o deixam margem quanto � origem esp�ria dos valores aqui identificados", assinalam os delegados M�rcio Adriano Anselmo e Renata Silva Rodrigues, que presidem o inqu�rito da opera��o.
A investiga��o aponta repasses no exterior de US$ 7,5 milh�es da Odebrecht para o casal entre 2012 e 2014.
Os investigadores citam a nova planilha "Lan�amentos X Saldo (Paulistinha)", encontrada com Maria Lucia, com refer�ncia a "Feira" e indica��o de pagamentos de R$ 21,5 milh�es sob t�tulos diversos como "caf�", "crise", "t�nis" entre 30 de outubro de 2014 e primeiro de julho de 2015, quando a Lava Jato j� avan�ava sobre a Odebrecht.
A PF alega que o casal recebeu dinheiro da empreiteira no exterior e que "n�o haveria qualquer sentido em receber da Odebrecht valores no Brasil por conta de um suposto pagamento n�o oficial concernente a servi�os prestados � campanhas eleitorais de Angola e Venezuela".
O documento de 22 p�ginas ainda traz detalhes da quebra de sigilo do e-mail do casal, mostrando que Jo�o Santana deletou sua conta no aplicativo Dropbox de armazenamento de arquivos na nuvem no dia 22, quando houve a deflagra��o da 23ª fase da Lava Jato que tinha como alvo o marqueteiro e sua mulher.
Eles s� n�o foram presos na mesma data porque estavam na Rep�blica Dominicana. O casal voltou ao Brasil e se entregou aos investigadores no dia seguinte.