Bras�lia, 08, 08 - A C�mara dos Deputados instalou nesta ter�a-feira, 8, a CPI do Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais) para investigar supostos pagamentos de propina para manipular os resultados dos julgamentos do colegiado. A comiss�o inicia os trabalhos depois que o Senado concluiu, em dezembro, uma CPI com o mesmo tema, que terminou sem pedir o indiciamento de nenhum pol�tico.
Na sess�o desta tarde, foram eleitos Pedro Fernandes (PTB-MA) para presidir a CPI e Jo�o Carlos Bacelar (PR-BA) para a relatoria. O relator afirmou que, inicialmente vai se ater ao foco do pedido de cria��o do colegiado, deixando de fora das investiga��es a poss�vel compra de medidas provis�rias para beneficiar o setor automobil�stico, caso que envolve o filho mais novo do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva e ex-ministros do governo petista.
"Vou tentar focar no requerimento. Eu n�o posso ser incoerente ao que apresentei", disse, ponderando que � poss�vel saber como a CPI ser� iniciada, mas n�o como vai terminar. Documentos apreendidos pela Pol�cia Federal na Opera��o Zelotes, que investiga o Carf, revelaram ind�cios de que o ex-ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presid�ncia e assessor do ex-presidente Lula no Pal�cio do Planalto Gilberto Carvalho teria atuado em conluio com um lobista para beneficiar empresas do setor automobil�stico. Al�m disso, uma empresa de Lu�s Cl�udio Lula da Silva, filho de Lula, teria recebido pagamentos de uma das consultorias suspeitas de atuar pela MP.
Bacelar disse que pretende apresentar na quinta-feira um plano de trabalho com prioridades para as investiga��es. Segundo ele, bancos certamente ser�o chamados para prestar esclarecimentos.
No Senado, os trabalhos foram conclu�dos com a aprova��o de um relat�rio final que cita irregularidades no julgamento de mais de 70 processos do Carf, envolvendo 73 empresas e pessoas f�sicas, como bancos, montadoras e sider�rgicas. Al�m de citar as empresas, o relat�rio pediu o indiciamento de 28 pessoas, a maioria ex-conselheiros do Carf, lobistas e servidores p�blicos.