Bras�lia - Diante do agravamento da crise e com uma ala do PMDB querendo romper com o governo, a presidente Dilma Rousseff convidou seu padrinho pol�tico, Luiz In�cio Lula da Silva, para ocupar o minist�rio que cuida da articula��o pol�tica. A estrat�gia planejada pelo Pal�cio do Planalto tem o objetivo de barrar o impeachment e ainda blindar Lula, alvo da Opera��o Lava-Jato.
No Planalto, por�m, cresce a press�o para Lula ocupar a Secretaria de Governo, hoje comandada por Ricardo Berzoini, que, nesse caso, seria transferido para outra pasta. O pr�prio Berzoini � entusiasta da ideia.
"Eu n�o preciso ser ministro para ajudar o governo", afirmou Lula ontem, em caf� da manh� na resid�ncia oficial do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). De qualquer forma, para alguns ele prometeu "pensar" no assunto. A Lava Jato avan�a cada vez mais sobre Lula, o Planalto e o PT.
"Qual time n�o gostaria de colocar o Pel� em campo?", perguntou Berzoini, que procura convencer o ex-presidente a voltar atr�s e aceitar o convite. "A bola sempre esteve com ele. Depende de ele querer", afirmou.
Foro
Auxiliares de Dilma e parlamentares do PT e do PMDB est�o convencidos de que Lula pode ser preso e, para escapar do que chamam de "ca�ada" do Minist�rio P�blico e do juiz S�rgio Moro, precisa ocupar uma cadeira na Esplanada. No comando de um minist�rio, o ex-presidente ganharia foro privilegiado e seria julgado pelo Supremo Tribunal Federal, e n�o por Moro, considerado implac�vel com investigados da Lava Jato.
Ao comentar na quarta-feira, 9, sua condu��o coercitiva para prestar depoimento � Pol�cia Federal, na sexta-feira, Lula pediu forte rea��o dos senadores �s "arbitrariedades" cometidas pela Lava Jato. "Se eu quisesse, poderia incendiar o Pa�s, mas esse n�o � meu papel. Sou um homem da paz", afirmou ele, de acordo com relatos de tr�s participantes do caf� na casa de Renan.
� noite, Lula foi denunciado pelo Minist�rio P�blico de S�o Paulo no caso do tr�plex do Guaruj� (SP), que ele nega possuir. "J� disse um milh�o de vezes que esse apartamento n�o � meu", insistiu o petista.
O ex-presidente almo�ou ontem com Dilma e com os ministros Berzoini e Jaques Wagner (Casa Civil), no Pal�cio da Alvorada. Voltou a falar da necessidade de uma guinada na pol�tica econ�mica, mas disse ser dif�cil fazer isso agora porque o governo est� "muito fr�gil".
A maior preocupa��o � com a amea�a de desembarque do PMDB. Ap�s sair do almo�o no Alvorada, na quarta-feira, Wagner foi conversar com o vice Michel Temer, que disse a ele que n�o deve haver an�ncio de rompimento no s�bado. Por enquanto.