Bras�lia, 12 - Apesar de a c�pula do PMDB ter decidido estabelecer um "aviso pr�vio" de 30 dias para desembarcar do governo da presidente Dilma Rousseff, diversos grupos apresentar�o mo��es solicitando o desembarque imediato da legenda. Esses documentos n�o ser�o votados na conven��o nacional do partido, neste s�bado, 12, em Bras�lia, mas servem como gesto pol�tico. O evento focar� na unidade em torno do nome do vice-presidente da Rep�blica, Michel Temer, que assume o governo em caso de impeachment.
Na mo��o apresentada pela ala oposicionista do PMDB, parlamentares requerem "a imediata sa�da do PMDB do governo, com a entrega dos cargos em todas as esferas do Poder Executivo Federal, importando a desobedi�ncia a esta decis�o da conven��o nacional em instaura��o de processo �tico contra o filiado".
No texto, o grupo cita as crises pol�tica e econ�mica do Pa�s, salientando tamb�m a "crise �tica e moral que assola a Na��o" e refor�am a insatisfa��o do PMDB com o governo, em linha semelhante � j� expressada por Temer em carta a Dilma em dezembro do ano passado.
"Considerando que os peemedebistas, embora com assento no governo federal, jamais tiveram suas propostas consideradas, n�o sendo convidados a participar das decis�es governamentais que levaram a essas crises", diz trecho da mo��o.
O PMDB tem atualmente, al�m da Vice-Presid�ncia, seis minist�rios - Sa�de, Ci�ncia e Tecnologia, Minas e Energia, Agricultura, Turismo e Portos. Na pr�xima semana, deve receber tamb�m a Secretaria de Avia��o Civil, oferecida � bancada de Minas Gerais em troca de apoio � recondu��o do governista Leonardo Picciani (RJ) � lideran�a do partido na Casa.
Na carta, a ocupa��o de pastas � alvo de cr�tica. "Considerando a manifesta insatisfa��o dos filiados com a participa��o do PMDB nacional nos quadros do governo federal, traduzindo a id�ntica perplexidade popular ante a aus�ncia absoluta de perspectivas para o futuro".
Se o desembarque se confirmar, os ministros ser�o orientados a deixar as respectivas pastas. A ala oposicionista acredita que os focos de resist�ncia ser�o pontuais, pois a maioria aceitar� abrir m�o do cargo tendo em vista a perspectiva de que Temer assuma a
Presid�ncia, caso Dilma seja derrotada no processo de impeachment no Congresso.
O grupo tamb�m apresentou uma "Carta de Bras�lia". O documento � assinado por deputados estaduais e federais, mas, segundo o Estad�o apurou, senadores como Romero Juc� (RR) tamb�m ajudaram a redigir o documento. O senador Valdir Raupp (RO) j� se disse favor�vel ao desembarque.
"A mais grave das crises atinge a na��o brasileira. Ela une a degrada��o r�pida da nossa economia, o empobrecimento vertiginoso da nossa popula��o, com a fal�ncia �tica e moral nas rela��es pol�ticas, e, coma falta de credibilidade do governo nacional", diz o texto da carta.
No documento, os peemedebistas dizem que "dem�nios" exorcizados da sociedade brasileira voltaram ao Pa�s, como a infla��o e o desemprego. "Na base de tudo est� uma condu��o desastrada do Pa�s, sem rumo e sem esperan�as de melhora para a sociedade". O documento
chama o governo atual de "inchado" e "desacreditado".
"Diante de tal quadro, o PMDB n�o pode ficar de bra�os cruzados. � hora de nos posicionarmos, claramente, ao lado da sociedade e dos mais altos interesses nacionais"
Bahia
A press�o aparece tamb�m em outras mo��es. Em outro documento, que ser� apresentado pelo diret�rio da Bahia, comandado pelos irm�os oposicionistas Geddel e L�cio Vieira Lima, h� um novo pedido de desembarque. "Solicitamos a imediata sa�da do PMDB da base de sustenta��o do governo federal, com a entrega de todos os cargos em todas as esferas da administra��o p�blica federal", diz a mo��o.
Dentre os argumentos para o rompimento, o texto cita as "graves crises econ�mica, moral e pol�tica", "escolhas erradas nas a��es do governo", "esc�ndalos de corrup��o" e o "anseio do povo brasileiro por mudan�as". "O PMDB, embora tenha o vice-presidente da Rep�blica e formalmente participe da base do governo, nunca foi chamado para discutir solu��es econ�micas ou pol�ticas para o Pa�s", diz o documento.
Aviso pr�vio
A decis�o de desembarcar gradualmente foi tomada ap�s uma s�rie de reuni�es que envolveram Temer, os presidentes do Senado, Renan Calheiros (AL), e da C�mara, Eduardo Cunha (RJ), al�m do ex-presidente da Rep�blica Jos� Sarney (AP), que dever� ser escolhido presidente de honra do partido.
Ao longo dos pr�ximos 30 dias a orienta��o � n�o intervir no processo de decomposi��o do governo. Os parlamentares dever�o ser oficialmente liberados para n�o votar de acordo com os interesses do Planalto.
Al�m de n�o estar na pauta oficial, peemedebistas dizem querer evitar o desgaste de anunciar o desembarque e, na pr�xima semana, receber mais um minist�rio, a Secretaria de Avia��o Civil. Querem tamb�m ter a garantia de que o "div�rcio" ser� aprovado, apesar de acreditarem que ter�o apoio da maioria do diret�rio nacional. Um representante da c�pula do partido pr�ximo a Temer ressaltou a recente aproxima��o p�blica do PMDB do Senado, principal defensor do governo no Congresso, com o PSDB.