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Estado de Minas

PMDB decide isolar Dilma ainda mais

Numa conven��o marcada por discursos e gritos contra a presidente e o PT, o PMDB pro�be que filiados assumam novos cargos no governo e estabelece prazo para decidir sobre o rompimento


postado em 13/03/2016 06:00 / atualizado em 13/03/2016 07:26

Cunha, Renan e Temer na convenção do PMDB: partido tenta mostrar união, de olho no cargo de presidente da República(foto: Valter Campanato/Agência Brasil)
Cunha, Renan e Temer na conven��o do PMDB: partido tenta mostrar uni�o, de olho no cargo de presidente da Rep�blica (foto: Valter Campanato/Ag�ncia Brasil)

No dia em que � alvo de mais manifesta��es por seu impeachment, a presidente Dilma Rousseff (PT) se v� cada vez mais distante do principal partido de sua base de sustenta��o. Em uma conven��o marcada por cr�ticas ao governo, o PMDB proibiu ontem seus filiados de assumirem novos cargos na administra��o petista nos pr�ximos 30 dias. Tamb�m ficou decidido que, no mesmo per�odo, a legenda ter� de se posicionar sobre um pedido de rompimento oficial, com a entrega dos minist�rios j� ocupados por peemedebistas. De imediato, as delibera��es atingem o deputado federal Mauro Lopes, que assumiria a pasta de Avia��o Civil nesta semana em nome da bancada de Minas Gerais e agora ficar� sem o cargo.

Desde cedo, a conven��o que reconduziu o vice-presidente Michel Temer como presidente do PMDB por mais dois anos j� tinha car�ter oposicionista, com gritos de “Fora, Dilma”, “Fora, PT” e discursos majoritariamente pr�-impeachment. A ala mais insatisfeita com a alian�a apresentou um documento, a Carta de Bras�lia, assinada por deputados federais e estaduais, que pediu a sa�da imediata do governo para que o PMDB “recupere o protagonismo pol�tico”. No documento, os peemedebistas exp�em um quadro cr�tico e decretam: “Na base de tudo est� uma condu��o desastrada do pa�s, sem rumo, e sem esperan�as de melhora para a sociedade. � um Governo inchado, desacreditado e incapaz de melhorar servi�os p�blicos essenciais como sa�de, educa��o e seguran�a. Diante de tal quadro, o PMDB n�o pode ficar de bra�os cruzados. � hora de nos posicionarmos, claramente, ao lado da sociedade”. Conforme mostrou ontem o Estado de Minas, como n�o havia for�a para decis�es mais radicais, foi fechado um acordo para dar o prazo de 30 dias, uma esp�cie de aviso pr�vio para Dilma.

Durante o encontro foi feita uma consulta e o vice-presidente Michel Temer concordou em colocar o assunto para delibera��o. Isso depois de consultar o PMDB de Minas Gerais, j� que seriam os mineiros que perderiam um minist�rio com a proibi��o imposta at� que se decida sobre o rompimento. Os mineiros n�o fizeram quest�o do posto. Um dos mais moderados no encontro, Temer tamb�m n�o se esfor�ou para defender Dilma. O vice da petista disse que n�o se pode ignorar que o Brasil vive uma “grav�ssima crise”, mas ponderou que n�o � hora de acirrar os �nimos. “A hora � de construir pontes e isso o PMDB est� fazendo. Sairemos daqui hoje unidos para resgatar e reencontrar os valores da nossa Rep�blica”, afirmou.

Temer chegou ao palanque com um coro de “Brasil para frente, Temer presidente”. O vice-presidente disse estar incentivado a pregar “a unidade nacional”, mas n�o deixou de se apresentar como alternativa, lembrando que tem propostas para conduzir o pa�s na sa�da da crise, especialmente no campo econ�mico. Integrantes da ala que defende a continuidade no governo, como o l�der do PMDB na C�mara, Leonardo Picciani, n�o discursaram para defender a alian�a com Dilma, o que deu ao encontro uma conota��o ainda mais oposicionista. Cinco dos sete ministros do PMDB no governo estavam presentes mas tamb�m n�o usaram o palanque para defender Dilma.

O vice-presidente do PMDB, senador Valdir Raupp (RO), disse que o pa�s n�o conseguir� sair da crise com a atual presidente. “Espero que os senhores deputados abram o impeachment t�o logo o Supremo Tribunal Federal (STF) decida sobre o rito para que o Senado possa tomar sua posi��o e possamos virar essa p�gina”, disse. Ele foi um dos que defenderam a entrega dos cargos no governo. Os n�cleos do PMDB tamb�m se posicionaram, em sua maioria, pelo afastamento do governo.


Nas ruas


O presidente do PMDB da Bahia, Gedel Vieira Lima, a quem coube defender a mo��o de rompimento em at� 30 dias com Dilma, aproveitou o discurso para chamar os peemedebistas para participar das manifesta��es de hoje e, segundo ele, estar “com a rua”. O ex-ministro Moreira Franco disse que, no caso de um eventual rompimento, Temer fica onde est�, j� que sua fun��o constitucional � substituir a presidente. Ele indicou que o partido vai “ouvir” as manifesta��es de hoje para tomar sua decis�o.


Filiada ao PT at� o ano passado, a senadora Marta Suplicy disse em seu discurso que a presidente Dilma n�o d� conta do recado e que impeachment n�o � golpe. Ela usou um adesivo com os dizeres “sa�da j�” ao dizer que o PT estagnou a economia brasileira. Para ela, n�o resta outra sa�da ao PMDB que n�o a de abandonar o governo. “Entendo muito bem a posi��o da Executiva de que aqui n�o � deliberativo, mas daqui a 30 dias sai todo mundo desse governo e n�s come�amos um novo momento constitucionalmente correto com a chegada ao poder do vice-presidente da Rep�blica Michel Temer”, afirmou. “Esse governo vai cair. O que temos que decidir � onde queremos estar no momento em que isso acontecer”, gritava o deputado federal Carlos Marun (MS).


O deputado Osmar Serraglio (PR) chegou a defender, sem sucesso, que o rompimento com o governo Dilma j� fosse aprovado ontem, alegando que o prazo concedido seria a t�tica da n�o decis�o. “Vamos sair de cabe�a baixa, envergonhados porque o PMDB n�o tomou atitude nenhuma? Ou temos um momento hist�rico ou talvez um dos mais p�fios de toda a trajet�ria do PMDB”, afirmou.


Na conven��o, o ex-presidente Jos� Sarney (AP) teve o nome anunciado como presidente de honra do PMDB, mesmo com algumas vaias. Ele foi com o bra�o imobilizado devido a um acidente em casa, e disse ter se esfor�ado para comparecer.


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