Bras�lia, 15 - O ministro-chefe da Advocacia-Geral da Uni�o (AGU), Jos� Eduardo Cardozo, disse nesta ter�a-feira, 15, que, caso assuma cargo de ministro, o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva n�o o far� escapar de processo criminal na Justi�a Federal no Paran�, conduzido pelo juiz S�rgio Moro, da Opera��o Lava Jato.
"A eventual presen�a dele no governo n�o se refere a nenhum tipo de blindagem criminal, at� porque n�o existe anistia para ministro", afirmou. Ele ponderou que, obtendo foro privilegiado, o ex-presidente ser� investigado e, eventualmente, julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). "Ningu�m foge da Justi�a ao ser julgado pelo STF."
Cardozo recha�ou especula��es de que, ao nomear Lula, a presidente Dilma perder� autonomia, passando o comando do governo ao padrinho pol�tico. "A presidente foi eleita e ela dirige o Pa�s. Ele ser� um ministro com o respeito que temos por um grande l�der", disse.
O ministro afirmou que, assumindo um minist�rio, o ex-presidente "somar� for�as" para, entre outras coisas, barrar a abertura do processo de impeachment no Congresso contra Dilma. Ele alegou que o petista n�o tem, contudo, a miss�o de evitar o processo � contribuir� para o "fim da crise".
Criticado pela ala do PT ligada ao ex-presidente por n�o controlar as investiga��es da Lava Jato, Cardozo disse que j� tinha comentado com Lula h� cerca de quatro meses que seria importante sua presen�a no governo.
Lula ir� nesta ter�a-feira, 15, a Bras�lia, para um encontro com a presidente Dilma e, possivelmente, assumir� a chefia da Secretaria Geral de Governo, no lugar de Ricardo Berzoini. Ele passou a considerar a fun��o ap�s o avan�o de investiga��es a seu respeito. Nas �ltimas semanas, a Lava Jato fez buscas em seus endere�os e o levou a prestar depoimento em condu��o coercitiva. Al�m disso, o Minist�rio P�blico de S�o Paulo pediu sua pris�o preventiva ao denunci�-lo por lavagem de dinheiro no caso do tr�plex do Guaruj�. Nesta segunda, 14, o caso foi remetido para a Justi�a Federal em Curitiba, para o juiz S�rgio Moro.
Cardozo afirmou ainda que n�o v� a possibilidade de o processo de impeachment da presidente Dilma ser aditado, com a inclus�o de novas den�ncias, entre elas a dela��o do senador Delc�dio Amaral (PT-MS). "A admissibilidade do processo foi feita a partir do pedido original", justificou.
Ele reiterou que os depoimentos de dela��o n�o servem de prova e, se forem usados para a deposi��o da presidente, tamb�m devem embasar pedidos de cassa��o de outros pol�ticos citados, alguns de oposi��o. "Ent�o vai se pedir o aditamento da den�ncia e a cassa��o do senador A�cio Neves?", questionou.