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Estado de Minas

Delc�dio diz que A�cio atuou para maquiar dados do Banco Rural em CPI


postado em 15/03/2016 17:19

S�o Paulo, 15 - Em sua dela��o premiada, o ex-l�der do governo no Senado, Delc�dio Amaral, disse que o senador A�cio Neves (PSDB) atuou para maquiar as contas do Banco Rural durante CPI Mista dos Correios. Presidida por Delc�dio em 2005, a comiss�o investigou o mensal�o, esquema que utilizava as empresas do empres�rio Marcos Val�rio para lavagem de dinheiro. Al�m disso, o delator tamb�m disse ter ouvido que o tucano mant�m conta no para�so fiscal de Liechtenstein.

O delator admitiu ter "segurado a barra" para que n�o viesse � tona a movimenta��o financeira das empresas de Marcos Val�rio no Banco Rural que "atingiriam em cheio" o atual presidente do PSDB e seus aliados, como o deputado federal Carlos Sampaio (PSDB-SP). Segundo Delc�dio o tema foi tratado na sede do governo mineiro, por volta de 2005 e 2006, quando A�cio governava o Estado e ainda lhe teria oferecido o avi�o do governo de Minas para ir ao Rio, o que foi aceito pelo senador.

Segundo o delator, quando a comiss�o determinou a quebra de sigilo do Banco Rural, utilizado para a lavagem de dinheiro do esquema de Marcos Val�rio - posteriomente condenado a 40 anos de pris�o pelo Supremo Tribunal Federal (STF) - "curiosamente" come�ou a surgir "um certo inc�modo por parte do PSDB", diz o senador. Um destes incomodados seria A�cio Neves que, segundo o delator, teria escalado Eduardo Paes, na �poca secret�rio-geral do PSDB, como emiss�rio para que os prazos para a quebra de sigilos do banco fossem prorrogados.

Delc�dio, na �poca, acatou o argumento do emiss�rio tucano de que "n�o haveria tempo h�bil" para o banco elaborar as respostas. O delator admitiu contudo que, posteriormente, Paes e o pr�prio A�cio Neves, na sede do governo de Minas, teriam lhe dito que o tempo extra foi uma estrat�gia para "maquiar" os dados do Banco Rural que "atingiriam em cheio as pessoas de A�cio Neves e Cl�sio Andrade, governador e vice-governador de Minas Gerais (na �poca)", diz o delator.

"Que, o declarante compreendeu a exist�ncia da maquiagem pelo fato de que a g�nese do mensal�o teria ocorrido em Minas Gerais; que o declarante n�o tomou nenhuma providencia ao saber que os dados estavam maquiados, ou seja, 'segurou a bronca'", segue Delc�dio em seu depoimento � Procuradoria-Geral da Rep�blica.

Cl�sio Andrade atualmente � r�u na Justi�a de Minas Gerais por suspeita de envolvimento no mensal�o mineiro, que envolveu exatamente a lavagem de dinheiro por meio das empresas de Marcos Val�rio para a campanha � reelei��o de Eduardo Azeredo (PSDB) ao governo de Minas em 1998. At� hoje, Azeredo, que tamb�m foi presidente do PSDB, foi o �nico tucano condenado no esquema de Marcos Val�rio que abasteceu o PSDB antes de chegar ao governo federal do PT. Diferente de seu correligion�rio e de Cl�sio, A�cio n�o chegou a ser investigado por envolvimento no mensal�o.

A dela��o de Delc�dio, contudo, indica que o esquema que tamb�m abasteceu os tucanos teria ido al�m da campanha de Azeredo. "A maquiagem (nas contas do Banco Rural) consistiria em apagar dados banc�rios, comprometedores que envolviam A�cio Neves, Cl�sio Andrade, a Assembleia Legislativa de Minas Gerais, Marcos Valerio 'e companhia'.

Liechtenstein

Al�m de relembrar a pol�mica CPI dos Correios, Delc�dio Amaral relatou ter ouvido do ex-deputado do PP Jos� Janene, morto em 2010, que o tucano, atualmente um dos principais expoentes da oposi��o, era benefici�rio "de uma funda��o sediada em um para�so fiscal, da qual ele seria dono ou controlador de fato; que essa funda��o seria sediada em Liechtenstein; que o declarante n�o sabe precisar, mas ao que parece, a funda��o estaria em nome da m�e ou do pr�prio A�cio Neves", relatou Delc�dio, sem dar mais detalhes.

Defesa

Procurado, a assessoria do senador tucano informou que as men��es ao seu nome em todas as circunst�ncias citadas por Delc�dio "s�o falsas". "S�o cita��es mentirosas que n�o se sustentam na realidade e se referem apenas a "ouvir dizer" de terceiros."

A nota relaciona ainda os tr�s pontos:

"1 - Delc�dio do Amaral se refere a uma funda��o que a m�e do senador planejou criar no exterior. Trata-se de assunto requentado j� amplamente divulgado nas redes petistas na internet e, inclusive, j� investigado e arquivado pela Justi�a e pelo Minist�rio P�blico Federal h� v�rios anos.

O assunto em quest�o foi devidamente analisado e arquivado, h� mais de cinco anos, em 2010, ap�s a Justi�a Federal e o MPF do Rio de Janeiro constatarem a inexist�ncia de qualquer irregularidade. N�o houve sequer abertura de a��o penal.

Ano passado, membros do PT reuniram material divulgado na internet e voltaram a apresentar a mesma falsa den�ncia � Procuradoria Geral da Rep�blica. Ap�s o fornecimento das informa��es, o assunto foi novamente arquivado. Desta vez pela PGR, mais uma vez constada a inexist�ncia de qualquer irregularidade.

Em 2001, a m�e do senador A�cio Neves cogitou vender alguns im�veis e aplicar os recursos no exterior. No entanto, o projeto foi suspenso em fun��o da doen�a do marido dela e a funda��o n�o chegou a ser implementada de fato.

Para o projeto, ela buscou a assessoria de um profissional que havia sido durante anos representante oficial de institui��o financeira internacional, legalmente constitu�da no Brasil, sr. Norbert Muller. � �poca do contato, n�o existia qualquer raz�o para se duvidar da idoneidade profissional do representante.

Durante os seis anos em que o projeto ficou em suspenso (per�odo entre assinatura dos primeiros documentos e o cancelamento definitivo do projeto, em 2007, em fun��o do agravamento do estado de sa�de de seu marido), a respons�vel fez dois pagamentos, em moeda nacional, e no Brasil, ao sr. Muller, referentes a despesas cobradas por ele. Esses valores corresponderam a uma m�dia anual de cerca de 5 mil d�lares.

Esses valores foram transferidos pelo representante para uma conta e corresponderam � totalidade dos dep�sitos realizados que foram integralmente consumidos em pagamentos de taxas e honor�rios. A conta nunca foi movimentada.

A cria��o da funda��o foi devidamente declarada no Imposto de Renda da titular.

2 - Sobre a men��o ao nome do senador A�cio com rela��o a Furnas, Delc�dio repete o que vem sendo amplamente disseminado h� anos pelo PT que tenta criar falsas acusa��es envolvendo nomes da oposi��o.

� curioso observar a contradi��o na fala do delator j� que ao mesmo tempo em que ele diz que a lista de Furnas � falsa, ele afirma que houve recursos destinados a pol�ticos.

3 - O delator relaciona o nome do senador A�cio ao Banco Rural no contexto da CPMI dos Correios. O senador jamais tratou com o delator Delc�dio de nenhum assunto referente � CPMI dos Correios. Tamb�m jamais pediu a ningu�m que o fizesse.

Nunca manteve qualquer rela��o com o Banco Rural, teve conta corrente na institui��o ou solicitou empr�stimos.

� f�cil demonstrar que o PSDB n�o atuou na CPMI dos Correios com o objetivo de proteger ningu�m. Pelo contr�rio, pode ser comprovado o posicionamento do PSDB na CPMI em favor do aprofundamento das investiga��es de todas as den�ncias feitas durante os trabalhos da Comiss�o, incluindo aquelas relacionadas a nomes de integrantes do partido.

Segue anexa c�pia da nota divulgada � �poca sobre o relat�rio final dos trabalhos da CPMI dos Correios, no qual � sugerido o indiciamento de integrantes do PSDB envolvidos.

Por fim, e ainda sobre esse assunto, � f�cil demonstrar que Delc�dio do Amaral n�o est� falando a verdade. Ele diz que foi a Minas tratar com o ent�o governador A�cio de assunto referente � CPMI. � mentira. O relat�rio final da CPMI data de abril de 2006 e a viagem de Delc�dio a Minas ocorreu dois meses depois, no dia 7 de junho de 2006. O que demonstra que ele n�o poderia ter tratado de assunto da CPMI j� encerrada. Na verdade, o encontro ocorrido foi a pedido dele para tratar do apoio partid�rio a seu nome nas elei��es estaduais, em 2006, quando ele pretendia ser candidato no Mato Grosso do Sul.

Eduardo Paes

Citado pelo senador Delc�dio Amaral, o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), negou nesta ter�a-feira, 15, ter pedido adiamento do prazo de entrega do sigilo fiscal do Banco Rural e disse desconhecer que tenha havido "maquiagem" nas contas do banco.

Em nota, a assessoria de imprensa da prefeitura diz: "O prefeito Eduardo Paes nega que tenha sido procurado por A�cio Neves � �poca da CPI dos Correios para pedir a posterga��o da quebra de sigilo banc�rio ou por qualquer representante do Banco Rural para tratar do assunto. Ele desconhece que tenha havido maquiagem em quaisquer dados, mesmo porque o trabalho de investiga��o fora acompanhado por t�cnicos do Tribunal de Contas da Uni�o e do Banco Central".


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