(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Mercadante nega ter oferecido ajuda financeira a Delc�dio e isenta Dilma


postado em 15/03/2016 17:31

Bras�lia, 15 - Com a voz embargada e bastante tenso, o ministro da Educa��o, Aloizio Mercadante, enfatizou que sua conversa com o assessor do senador Delc�dio Amaral, Jos� Eduardo Marzag�o, teve car�ter estritamente pessoal e n�o foi feita com o conhecimento da presidente Dilma Rousseff. "A presidente n�o tem nenhuma responsabilidade. A responsabilidade � inteiramente minha."

Durante entrevista coletiva, Mercadante disse que a sugest�o de que poderia falar com ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a situa��o do senador tinha apenas o objetivo de construir uma "tese jur�dica". Em nenhum momento, segundo ele, a inten��o era fazer uma defesa do senador, oferecer qualquer tipo de ajuda financeira, amea��-lo e impedir sua dela��o.

"Deixo muito claro que n�o fiz nenhuma proposta (de ajuda financeira)", afirmou. "Como vou propor algum tipo de ajuda financeira a Delc�dio?", questionou.

Em diversos momentos da entrevista, Mercadante foi questionado sobre o momento em que disse que iria falar com um dos ministros do STF, Ricardo Lewandowski, para tentar tirar Delc�dio da pris�o. Mercadante afirmou, por�m, que durante toda a conversa, o assessor de Delc�dio tentou induzi-lo a fazer uma interven��o para impedir a dela��o.

Em sua defesa, Mercadante disse que nem todo o conte�do da conversa foi divulgado, e mencionou trechos em que afirmou: "eu n�o tenho nada a ver com a dela��o dele", "minha preocupa��o � zero", "n�o estou nem a� se vai delatar ou n�o vai delatar". Mercadante disse ainda que achava que o senador havia cometido um erro, mas que n�o iria fazer uma defesa jur�dica ou financeira de Delc�dio. "Se ele amea�ava fazer uma dela��o, a decis�o era dele."

Mercadante disse ter procurado o assessor de Delc�dio depois de ter lido mensagens de uma campanha de difama��o contra as filhas do senador na internet. "Me sensibilizei com a situa��o da fam�lia de Delc�dio, da mulher e das filhas", disse. Segundo ele, por�m, apesar de ter se oferecido para encontrar a fam�lia durante uma viagem a trabalho em Mato Grosso do Sul, n�o houve retorno.

A todo o momento, Mercadante reiterou que suas sugest�es foram feitas na condi��o de amigo de Delc�dio e colega de Senado. Da�, segundo Mercadante, a proposta de, no �mbito do Senado, buscar uma solu��o jur�dica, apelando aos consultores da Casa. "A �nica sa�da que eu via era por meio do Senado", afirmou. "N�o havia ambiente para Delc�dio sair da pris�o sem tese uma jur�dica consistente."

Diante da insist�ncia de que suas a��es poderiam ser interpretadas como tr�fico de influ�ncia e tentativa de interfer�ncia no Judici�rio, Mercadante voltou a dizer que, ao se referir aos ministros Teori Zavascki e Ricardo Lewandowski, s� pensava na constru��o de uma "tese jur�dica". "Tanto que, na grava��o, est� claro: eu disse que n�o iria me meter na defesa dele. N�o sou advogado, n�o sei do que se trata", afirmou.

Ao ser questionado sobre se sua perman�ncia no governo prejudicava ainda mais a situa��o pol�tica da presidente Dilma Rousseff, Mercadante disse que espera que a entrevista ajude a esclarecer o assunto. "Enquanto eu tiver a confian�a da presidente Dilma, eu permane�o no governo." Mercadante disse ainda estar disposto a ir ao Congresso falar sobre a grava��o.

Mercadante acusou o assessor de Delc�dio de agir com de m�-f� e disse estudar a possibilidade de entrar com medidas judiciais contra Marzag�o. "Jamais falei sobre a quest�o com ministros do Supremo, ou sobre outras quest�es da investiga��o. Eu n�o tenho nada a ver com a dela��o dele", afirmou.

Sobre o pedido de pris�o feito pela oposi��o � Procuradoria-Geral da Rep�blica (PGR), o senador disse apenas que a oposi��o est� fazendo seu papel. Ele n�o comentou a possibilidade do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva assumir o cargo de ministro da Secretaria Geral da Presid�ncia da Rep�blica.

O ministro finalizou a entrevista fazendo um apelo � solidariedade, mesmo quando as pessoas erram ou cometem crimes. "Espero que este Pa�s valorize a solidariedade e o companheirismo em um momento de trag�dia pessoal", afirmou. "Espero que n�o valorizem a tentativa de um interlocutor de conduzir uma conversa para o que ele quer", acrescentou.

Antes da entrevista, Mercadante se encontrou com a presidente Dilma. Segundo fontes, Mercadante fez um acerto com a presidente, segundo o qual tentaria esclarecer ponto por ponto o epis�dio. Sua perman�ncia no governo, de acordo com essas fontes, estaria condicionada ao resultado de sua estrat�gia para se defender.

Na entrevista, o ministro tentou argumentar que a conversa se limitou a tratar da constru��o de uma tese jur�dica e de uma demonstra��o de solidariedade pessoal. Mercadante foi confrontado sobre diversos pontos da grava��o e minimizou frases que disse a Marzag�o. Ele n�o comentou, por exemplo, o fato de ter dito que o PT n�o tratou Delc�dio de forma digna e abandonou o senador.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)