
Bras�lia - A Procuradoria-Geral da Rep�blica deve pedir a inclus�o do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva e do vice-presidente Michel Temer no inqu�rito que apura forma��o de quadrilha por pol�ticos que supostamente atuaram no esquema de corrup��o na Petrobras, segundo fontes ligadas � investiga��o. A apura��o corre no Supremo Tribunal Federal (STF) desde mar�o do ano passado e apura cerca de 40 pessoas, entre elas parlamentares e lideran�as do PMDB, PT e PP.
Investigadores avaliam a possibilidade de que as men��es feitas pelo senador Delc�dio Amaral (PT-MS) em dela��o premiada sejam tamb�m inclu�das na investiga��o que corre no Supremo e tenta mostrar o sistema organizado de pol�ticos no recebimento de propina e benef�cios oriundos de contratos da Petrobras.
A dela��o de Delc�dio, homologada pelo ministro Teori Zavascki, relator da Opera��o Lava Jato na Corte, refor�a a apura��o sobre o PMDB e sobre o PT no inqu�rito, o que pode gerar a inclus�o de Temer e Lula no rol de investigados.
No caso de Lula, al�m das men��es feitas por Delc�dio, os procuradores devem solicitar informa��es � Justi�a Federal no Paran�, que conduz a investiga��o que tem o ex-presidente como alvo. Se Lula for confirmado ministro de Estado, no entanto, a solicita��o nem ser� necess�ria, pois todo o material de investiga��o que corre na justi�a de primeira inst�ncia ser� encaminhado para a PGR e para o Supremo Tribunal Federal.
Na dela��o, Delc�dio detalha a proximidade do ex-presidente com seu amigo pessoal, o pecuarista Jos� Carlos Bumlai, r�u na Opera��o Lava Jato. O senador petista tamb�m relata tentativa de Lula evitar o depoimento do lobista Mauro Marcondes, r�u na Opera��o Zelotes, na CPI do Carf.
J� com rela��o a Temer, procuradores devem avaliar sua inclus�o unicamente com base nas falas de Delc�dio. O delator envolve o vice-presidente em suposto esquema de aquisi��o il�cita de etanol pela BR Distribuidora. O peemedebista teria, segundo Delc�dio, "apadrinhado" o ex-diretor da subsidi�ria da Petrobras Jo�o Augusto Henriques, supostamente envolvido no caso e que fez pagamentos indicados como propina ao presidente da C�mara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Por meio de sua assessoria de imprensa, o vice-presidente Michel Temer disse que n�o comentaria o caso. Interlocutores alegam que ele � presidente de um partido e, nessa condi��o, n�o pode ser responsabilizado por eventuais falhas cometidas por seus correligion�rios.
Obstru��o
A Procuradoria n�o descarta incluir o nome de Lula e de Bumlai tamb�m na acusa��o contra Delc�dio por tentativa de obstru��o de investiga��es da Lava Jato. Na dela��o, o senador conta que Lula pediu que o parlamentar ajudasse Bumlai para garantir o sil�ncio do ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerver�, em eventual depoimento aos investigadores. Segundo Delc�dio, foi intermediado o pagamento de valores por Maur�cio Bumlai, filho do pecuarista, ao ent�o advogado de Cerver�.
Delc�dio foi denunciado em dezembro pela PGR, ao lado de Andr� Esteves, do BTG Pactual, Diogo Ferreira, assessor do parlamentar, e Edson Ribeiro, ex-advogado de Cerver� por tentativa de atrapalhar as investiga��es da Lava Jato.