Bras�lia - Aliados do presidente da C�mara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), j� come�am a se movimentar para novas investidas contra o governo Dilma Rousseff. A ideia � que se o atual processo de impeachment da petista - que deve ser iniciado at� o fim desta semana, logo ap�s o Supremo Tribunal Federal (STF) julgar os recursos protocolados pela Casa sobre o tema - for rejeitado, um novo pedido de afastamento da presidente deve ser apresentado.
A interlocutores, Cunha j� admitiu que poder� autorizar a abertura de um segundo pedido de impedimento de Dilma no futuro, caso o atual seja rejeitado pela C�mara por uma pequena diferen�a de votos. O peemedebista citou, inclusive, que a pr�pria indica��o do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva para compor algum minist�rio pode ser usada como motiva��o para um novo questionamento do mandato de Dilma, � medida em que pode ser considerada uma tentativa de atrapalhar as investiga��es da Lava Jato.
Em conversas reservadas, Cunha reconhece que Lula � um "animal pol�tico", com articula��o pol�tica muito maior do que qualquer integrante do governo Dilma, mas avaliou que o ex-presidente n�o tem mais a mesma for�a para barrar o impeachment no Congresso. O fato de alguns senadores da base aliada terem sa�do do caf� com o ex-presidente antes de ele terminar sua fala, na semana passada, na resid�ncia oficial do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), seria um indicador dessa perda de for�a.
O presidente da C�mara prev� que o atual pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff deve ser analisado pelo plen�rio da C�mara dos Deputados logo ap�s o feriado do Dia do Trabalhador, 1º de maio, ou seja, daqui a 45 dias. Cunha e a oposi��o apostam em manifesta��es contr�rias ao governo nesse feriado para aumentar a press�o pr�-impeachment. Segundo aliados, o peemedebista acredita hoje que o impeachment est� "mais pr�ximo de ser aprovado do que rejeitado" na Casa.
A oposi��o, que voltou a dialogar com o presidente da C�mara por causa do impeachment, j� admite a possibilidade de apresentar novos pedidos de impedimento de Dilma, caso o atual seja rejeitado. L�deres opositores ponderam, no entanto, que o foco no momento � tentar liquidar o afastamento da petista logo com o pedido que est� sendo discutido na C�mara e que tem por base as chamadas "pedaladas fiscais" praticadas pelo governo no primeiro mandato de Dilma Rousseff.