A Pol�cia Federal enviou peti��o ao juiz federal S�rgio Moro em que afirma que at� esta quinta-feira, 17, os grampos da Opera��o Aletheia referentes aos terminais telef�nicos vinculados � Operadora OI 'n�o haviam sido interrompidos'. Aletheia pegou conversas entre o ex-presidente Lula, alvo de investiga��o por suspeita de corrup��o e lavagem de dinheiro, e a presidente Dilma.
"Na data de hoje, ap�s verifica��o da interrup��o dos monitoramentos, identificou-se que as intercepta��es dos terminais vinculados � empresa OI n�o haviam sido interrompidas", informou a PF em relat�rio a Moro nesta quinta. "Foi enviado e-mail contendo novamente o of�cio judicial que solicita a interrup��o e solicitando imediato cumprimento. Em paralelo, foram realizadas incont�veis tentativas de contato telef�nico atrav�s do canal dispon�vel para alertar a empresa OI o atraso no cumprimento do referido of�cio judicial de interrup��o."
Em outro trecho do documento, a PF assinala. "Todavia, somente �s 11:55 do dia 17 de mar�o de 2016, quase 24 horas ap�s o recebimento da ordem judicial pela Operadora OI, houve resposta por e-mail da companhia informando que havia cumprido a ordem judicial."
Por meio desse of�cio, � PF busca esclarecer ao juiz da Opera��o Lava Jato os procedimentos de interrup��o dos grampos da Aletheia 'informando o efetivo t�rmino de tais dilig�ncias'.
Um di�logo entre Lula e Dilma foi grampeado algumas horas ap�s a ordem de Moro para interrup��o da quebra do sigilo telef�nico do ex-presidente, na quarta-feira, 16. Esse di�logo faz parte de uma s�rie de conversas gravadas pela PF e tornadas p�blicas na Lava Jato.
Moro mandou interromper os grampos da Aletheia �s 11h12 da quarta, 16, poucas horas antes de a presidente Dilma anunciar sua escolha por Lula para comandar a Casa Civil - dando ao petista foro privilegiado perante o Supremo Tribunal Federal (STF).
Quando a determina��o de Moro j� havia sido lan�ada o grampo pegou Lula recebendo liga��o na qual Dilma o informava que j� estava mandando o documento da posse de ministro da Casa Civil ao ex-presidente. Nesta quinta a presidente recha�ou em seu discurso qualquer insinua��o de que o di�logo teria conte�do 'n�o republicano'. Ela afirmou que o documento encaminhado a Lula n�o tinha a assinatura dela e, portanto, n�o configuraria a posse, o que foi efetivado nesta manh� de quinta.
O documento de cinco p�ginas subscrito pela equipe de an�lise da Lava Jato explica as 'diferen�as entre os prazos de in�cio e t�rmino de cada um dos monitoramentos'.
"Cabe informar que n�o existe a possibilidade de que a Pol�cia Federal interrompa um monitoramento, pois somente a operadora tem essa ferramenta", informa o documento.
A equipe da Lava Jato montou, na peti��o, duas tabelas. Uma com o n�mero dos of�cios enviados �s operadoras, 'bem como data e hora, sistema utilizado para o envio e qual o funcion�rio da companhia telef�nica que fez a confirma��o, via telef�nica, do recebimento' e outra com data e hora aproximadas da interrup��o do monitoramento.
Segundo a peti��o, todos os of�cios s�o enviados simultaneamente, 'na medida em que s�o disponibilizados pelo ju�zo, para as operadoras, por�m, o prazo de 15 dias de intercepta��o somente come�a a contar a partir da efetiva implementa��o por parte da operadora'.
"Em raz�o de que cada operadora implementa seus monitoramentos em um determinado prazo, sendo que algumas o fazem imediatamente, e outras levam horas, sen�o dias para o faz�-lo, as datas referentes aos 15 dias desses monitoramentos perdem o sincronismo entre si. Assim sendo, a data que � considerada como de in�cio do monitoramento � de fato a data em que a operadora implementa o desvio, e n�o a data da expedi��o do of�cio judicial. Desta forma, o monitoramento de dois terminais, enviados simultaneamente para duas operadoras diferentes, pode ter seus per�odos de 15 dias n�o coincidentes. A mesma diferen�a entre a velocidade de implementa��o dos of�cios ocorre quando � solicitado a interrup��o", destaca o documento.