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Estado de Minas

Acuada pelos protestos nas ruas e da oposi��o, Dilma decide atacar

Presidente empossa Lula, critica oposi��o e aqueles que estimulam a "convuls�o social" e cobra investiga��o sobre divulga��o do grampo da conversa entre ela e o antecessor


postado em 18/03/2016 06:00 / atualizado em 18/03/2016 07:27

"Convulsionar a sociedade brasileira em cima de inverdades, de m�todos escusos, de pr�ticas criticadas, viola princ�pios e garantias constitucionais, viola os direitos dos cidad�os e abre precedentes grav�ssimos. Os golpes come�am assim" - Dilma Rousseff, presidente da Rep�blica, em discurso durante a posse de Lula (foto: Lula Marques/Ag�ncia PT)

At� ent�o recolhida no que definiu como “ambiente de paralisia do pa�s”, a presidente Dilma Rousseff (PT) mostrou ontem uma outra postura diante da crise pol�tica instalada no pa�s. A petista partiu para o ataque, teceu cr�ticas sobre a tentativa de se criar uma “convuls�o social” e cobrou apura��o sobre a divulga��o do grampo da liga��o telef�nica entre ela e o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva. “Os golpes come�am assim”, disse a presidente, durante a cerim�nia em que deu posse a Lula como ministro-chefe da Casa Civil.

A for�a das palavras de Dilma n�o conseguiu, entretanto, impedir uma batalha jur�dica para evitar que seu maior aliado assumisse o cargo. A posse foi suspensa pela Justi�a.  Aclamada pelo p�blico presente na cerim�nia de posse dos novos ministros, no Pal�cio do Planalto, Dilma afirmou que n�o vai recuar e que sua conversa ao telefone com Lula � “totalmente republicana”.

Ela se referiu aos �udios grampeados pela for�a-tarefa da Opera��o Lava-Jato, que investiga a corrup��o na Petrobras, tornados p�blicos na quarta-feira pelo juiz federal S�rgio Moro, respons�vel pelas investiga��es. Em um dos arquivos, Dilma e Lula falam sobre o termo de posse que confirma a nomea��o do ex-presidente para a Casa Civil.

Segundo a presidente, os di�logos foram divulgados de forma deturpada. Ela explicou que o documento teria sido enviado a Lula porque, por motivos de sa�de da ex-primeira dama Marisa Let�cia, ele n�o poderia comparecer � cerim�nia. “Convulsionar a sociedade brasileira em cima de inverdades, de m�todos escusos de pr�ticas criticadas, viola princ�pios e garantias constitucionais, viola os direitos dos cidad�os e abre precedentes grav�ssimos. Os golpes come�am assim”, disse.

Em refer�ncia a Moro e � for�a-tarefa da Lava-Jato, Dilma pediu a apura��o das circunst�ncias do grampo telef�nico. “O Brasil n�o pode se tornar submisso a uma conjura��o que invade as prerrogativas constitucionais da Presid�ncia da Rep�blica. Porque se ferem as prerrogativas da Presid�ncia da Rep�blica, o que far�o com as prerrogativas dos cidad�os?”, questionou.

Ela tamb�m dirigiu cr�ticas � oposi��o e convocou aliados a superar armadilhas “daqueles que desde a elei��o de 2014 tentaram paralisar meu governo, me impedir de paralisar meu governo, me impedir de governar ou me tirar o mandato de forma golpista”, afirmou.

Logo pela manh�, S�rgio Moro divulgou texto explicando o grampo telef�nico. Segundo ele, “nem mesmo o supremo mandat�rio da Rep�blica tem um privil�gio absoluto no resguardo de suas comunica��es”. Moro justificou que a intercepta��o da presidente foi fortuita e se dirigida a Lula, investigado na Lava-Jato. Ele tamb�m refor�ou que, entre a ordem de interromper o grampo, �s 11h12, e o atendimento da orienta��o pelas operadoras, houve a grava��o do di�logo entre Lula e Dilma, �s 13h32.

O magistrado citou o caso Watergate, que culminou com o afastamento do presidente norte-americano Richard Nixon em 1974. O esc�ndalo foi descoberto por escutas sem autoriza��o da Justi�a, entre outros elementos.

As declara��es sobre o grampo telef�nico de Lula continuam a repercutir. O ministro do Superior Tribunal de Justi�a (STJ) Jo�o Ot�vio de Noronha, reagiu � fala de que o STJ estaria acovardado. “Essa casa n�o � uma casa de covardes, � uma casa de ju�zes �ntegros, que n�o recebe doa��o de empreiteiras. N�o se alinha a ditaduras da Am�rica do Sul, concedendo benef�cios a ditadores e amigos pol�ticos que estrangulam liberdades”, disse. “A atitude do juiz Moro, gostem ou n�o, certa ou errada, revelou a podrid�o que se esconde atr�s do poder. Se alguns caciques do Judici�rio se incomodam ou invejam, lamento”, escreveu.

Vergonha

Lula e Dilma chegaram juntos � cerim�nia e foram ovacionados pela plateia que gritou “n�o vai ter golpe”, “Lula, Lula” e “o povo n�o � bobo, abaixo a Rede Globo”. Antes de a presidente come�ar a discursar, o deputado Major Ol�mpio (SD-SP) gritou “vergonha” e, vaiado, acabou expulso da solenidade. A presidente guardou para o fim da cerim�nia a posse de Lula. Com afeto de quem fala de amigos, ela contou sobre a parceria de anos de trabalho ao lado do ex-presidente. Segundo ela, “dificuldades criaram oportunidades”, justificando a nomea��o do ex-presidente como ministro. “As circunst�ncias atuais me d�o a magn�fica chance de trazer para o governo o maior l�der pol�tico desse pa�s. Uma pessoa que, al�m de ser um grande l�der pol�tico, � um grande amigo e um companheiro de lutas e de conquistas”, disse. “A sua presen�a aqui, companheiro Lula, prova que voc� tem a grandeza dos estadistas e a humildade dos verdadeiros l�deres”, concluiu.

Tamb�m foram empossados os ministros da Justi�a, Eug�nio Arag�o; da Secretaria de Avia��o Civil, Mauro Lopes; e do chefe de Gabinete Pessoal da Presid�ncia da Rep�blica, Jaques Wagner.

O vice-presidente Michel Temer (PMDB) n�o compareceu � solenidade, em rep�dio � posse do deputado federal Mauro Lopes (PMDB). O partido havia decidido no �ltimo fim de semana que nenhum filiado seu deveria assumir cargo no governo nos pr�ximos 30 dias, quando, a partir da�, decidiriam continuar ou n�o na base aliada.


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